A Domicile, empresa de atenção hospitalar em domicílio, e a gestora de private equity Crescera Capital (que em 2020 adquiriu uma fatia da Domicile), acabam de anunciar a fusão com a Homedical. A operação visa ampliar a carteira de clientes, que somadas devem ultrapassar 5 mil pacientes e mais de 30 convênios médicos em sua rede de atendimento, além da expansão do modelo de home care para mais de 210 municípios em todos os estados brasileiros.
Desde o ano passado, a sinergia entre a Crescera e a Domicile já contemplava o crescimento do negócio em pelo menos quatro vezes e um dos caminhos para isso seria implementar o modelo de atuação em outras empresas do setor. “Nós estamos unificando o nosso know-how e eficiência operacional com a operação de excelência da Homedical, visando trazer mais tecnologia para o home care, com protocolos focados na qualidade do melhor desfecho clínico para o paciente e mais sustentável para os convênios médicos, que contratam os nossos serviços”, ressalta Priscila Rodrigues, Managing Partner da Crescera Capital.
O modelo de negócio da Domicile e da Homedical funciona, principalmente, por meio de convênios médicos. São eles que contratam a empresa para operar o home care e com isso desafogar o sistema de saúde, melhorando o fluxo de atendimentos hospitalares, mas mantendo a qualidade do tratamento, desde os mais leves, aos mais complexos, na casa do paciente. “Com a movimentação, queremos nos posicionar como a maior empresa de home care do Brasil, expandindo o atendimento para todos os estados e o Distrito Federal, além de impactar o setor gerando novos postos de trabalho”, detalha. De acordo com a Confederação Nacional de Saúde, o ano de 2020 registrou mais de 110 mil novos empregos na área da saúde.
Seguindo a linha de que a desospitalização é uma solução para resolver os gargalos no setor de saúde, João Paulo Silveira, sócio fundador da Domicile, comenta que “o atendimento home care, principalmente nesse momento de pandemia, quando estamos tratando pacientes com Covid-19 em casa, com respiradores, torna-se uma alternativa para os convênios médicos atenderem nos hospitais e, com a nossa tecnologia, tratar alguns casos em domicílio com a customização do atendimento de acordo com cada caso. Isso é mais saudável para o paciente, para a saúde financeira do sistema de saúde e resolve as filas que hoje estão se instaurando para atendimento”.
A curitibana Homedical, que agora entra para o guarda-chuva de empresas da Chicago, holding na qual a Domicile está alocada, já atendeu desde o início das suas operações mais de 10 mil pacientes em mais de 500 municípios distribuídos em todos os estados brasileiros, e vê na fusão um importante reconhecimento da qualidade do atendimento oferecido a pacientes. Entre os serviços home care da empresa estão a gestão completa de recuperação em casa, terapias, curativos complexos, acompanhamento clínico, suporte nutricional, internação domiciliar, além de apoio de ambulâncias para casos de emergências.
“O investimento estratégico da Crescera nos permite integrar a nossa expertise e rede de fornecedores à robusta estrutura do grupo. Com isso, poderemos atender mais pessoas, ampliar o modelo de negócio para os convênios médicos e auxiliar nos desfechos clínicos em um setor de crescente demanda, por causa da pandemia e por ser uma área de constante apelo por inovação”, diz Thiago Coneglian, sócio fundador da Homedical.
A previsão é que a fusão impulsione um crescimento em mais de 60% na área de operação home care e o aprimoramento de inovação e tecnologia. Isso permitirá que as empresas melhorem as práticas de atendimento, atuando com mais clientes. O projeto de crescimento ainda prevê outras estratégias e movimentações como essa até o próximo semestre, além da expansão do modelo de remuneração por performance, formato que propõe o pagamento pelo serviço prestado com base no melhor desfecho clínico, entre outros. Os sócios originais da Homedical permanecerão na empresa e trabalharão juntamente à Crescera para continuar sua expansão dentro do Brasil por meio do crescimento no número de pacientes e da abertura de novas unidades.