Em entrevista à Folha de S. Paulo, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou ter voltado a a conversar com os aliados para montar sua equipe com base em critérios técnicos. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff lhe disse que “vai cobrar resultados de mim e da minha equipe” por considerar a área uma “prioridade”.
Antes comandado pelo PMDB, o Ministério da Saúde voltou ao controle petista com Dilma, e Padilha montou um secretariado sem participação de peemedebistas. Foi obrigado a paralisar a montagem de sua equipe quando decidiu trocar o comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), e os peemedebistas reagiram, pois consideram o órgão vital para o partido.
De acordo com a reportagem, o ministro atribuiu o início de crise a uma “acomodação natural” de começo de governo e disse que na Saúde vai escolher “aqueles que mais podem fazer pelo país”.
Confira trechos da entrevista:
O sr. acreditava que, ao assumir um ministério técnico como a Saúde, enfrentaria tanto abacaxi político?
Estou preparado para qualquer abacaxi técnico e político. Vim com a prioridade em relação aos desafios técnicos da saúde pública. A presidente deu sinais claros, quando me fez o convite e em seus primeiros movimentos, que quer transformar a saúde em uma das prioridades de seu governo.
Mudanças na equipe feitas pelo sr. provocaram um início de crise política com o PMDB. O sr. fez seguindo ordens da presidente?
Primeiro, não vejo crise. É um processo normal de acomodação de início de governo. Ministros assumem e têm de compor sua equipe com pessoas da sua confiança e da qualidade técnica.
Meu critério fundamental é identificar as pessoas que mais podem fazer pelo país. Mas vou estar sempre disposto a ouvir de todos as sugestões em relação ao ministério e vou seguir as que tiverem interesse com a área.
O PMDB reclamou principalmente da troca na Funasa.
Não tem definição ainda sobre o comando da Funasa. Nesse momento minha prioridade em relação a ela é definir metas para o órgão. Tem um debate que estou trazendo para o ministério, que é rever o modelo para implantação do saneamento nos pequenos municípios da área rural. A Funasa é fundamental para isso.
O sr. disse que não há crise política, mas se reuniu com o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, para contornar essa rebelião. Fecharam um acordo?
Minha relação com todos os partidos da base aliada é a melhor possível. Inclusive com o PMDB.
Mas o líder disparou torpedos na sua direção.
Mas saiu daqui ontem [terça-feira] dizendo que temos uma ótima relação. Voltamos a conversar. Nesse período inicial de acomodação de governo, é natural que possam existir críticas. O deputado Henrique Eduardo Alves saiu feliz daqui porque, acredito, viu que continuo sendo uma pessoa aberta a ouvir a todos.
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