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A importância das healthtechs no Brasil em tempos de pandemia

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Cada vez mais temos visto as healthtechs movimentando e transformando o mercado de saúde. Segundo os dados do HealthTech Report 2020, relatório realizado pela consultoria Distrito, o número de startups de saúde cresceu 118% no país em dois anos, passando de 248 para 542. E o progresso não para por aí, essa categoria recebeu US$93 milhões de investimentos em 2020, valor distribuído em 42 negociações ocorridas entre janeiro e outubro do ano passado.

Essa movimentação acontece num momento extremamente delicado, no qual o setor passa por uma das suas maiores crises e dificuldades, a pandemia ocasionada pela Covid-19. Apesar da fragilidade e instabilidade do momento, o cenário tem alavancado ainda mais o segmento, visto que é necessário trazer eficiência e inovação para a categoria, algo que as healthtechs têm em sua essência.

A pandemia acelerou consideravelmente a adoção de soluções digitais, não só na saúde como em diversas outras áreas do mercado. Passamos por um momento que escancara a necessidade de flexibilidade e entendimento dessa transformação, para que assim, seja possível diminuir os impactos e maximizar os resultados. 

Uma das maiores e mais evidentes mudanças foi a liberação da telemedicina em 2020. Mas essa não foi a única transformação. Vimos novas formas de apoiar o paciente através de ferramentas digitais que aumentam engajamento, melhoram a experiência, geram melhora clínica e ao mesmo tempo, reduzem custos, gerando sustentabilidade no sistema longo prazo. Em ambas as situações, o paciente sai ganhando, uma vez que ele está no centro de todo o processo.

Atualmente, com a entrada de novos players, já é possível considerar a análise de dados, tecnologia e a medicina como aliadas para traçar o caminho para o futuro, no qual o paciente será colocado no centro da inovação. Em breve teremos experiências incríveis na saúde, igual a que temos em outros setores e momentos das nossas vidas, como consumidores. O paciente deixará de ser um paciente para virar um consumidor de saúde. 

As healthtechs, têm uma responsabilidade enorme de trazer inovação e colocar pressão nas empresas já atuantes para fazerem melhor. Movimentos que trarão benefícios para quem realmente importa, o paciente. 

Percebo que, assim como aconteceu em outras categorias, como o setor financeiro e as fintechs, chegou a vez da saúde com as healthtechs. Em meados de 2010 estávamos começando uma revolução no mercado financeiro, que abriu espaço para empresas enormes como Stone, XP, Nubank e entre outras. Hoje, passamos por este mesmo momento, só que no mercado de saúde. 

O tema é de tamanha relevância que virou palco de diversas discussões. Dentre inúmeras teses, acredito que o futuro da saúde tende a ser cada vez mais preventivo, onde os pacientes serão olhados em tempo integral, com os objetivos focados em suas necessidades e não apenas nos episódios de emergência. Não será mais a primary care, mas sim everywhere care.

Sobre o autor

André Sá: Com anos de experiência em investimento e empreendedorismo, André Sá é co-founder da Klivo. Alumni de Stanford, foi sócio do BTG Pactual durante 12 anos, onde empreendeu e investiu em diversas empresas. Também foi sócio da Stone, participando ativamente do processo de disrupção das fintechs.