Com a ajuda da tecnologia, os dados do DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil – devem ser transformados em informações acessíveis, por meio de um sistema de perguntas e respostas, uma espécie de “chatgpt do SUS”.
Atualmente, as informações, apesar de serem públicas, estão armezadas em forma de planilhas complexas, com informações robustas e técnicas o que inviabiliza o acesso da população. O objetivo do projeto de inteligência artificial da startup Dadosfera, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é elaborar um “Modelo de Linguagem Natural Brasileiro para Análise de Dados Tabulares do DATASUS”.

A nova tecnologia vai permitir que qualquer pessoa faça perguntas em português simples ao DATASUS e receba uma resposta. E poderá ser utilizada também por profissionais da área da saúde. Um usuário poderá, por exemplo, perguntar “Quantas internações por dengue aconteceram no estado de São Paulo em 2024?”. O sistema irá processar a pergunta, buscar os dados corretos em sua base e devolver a resposta de forma compreensível.
Segundo o coordenador do projeto e professor titular do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, Marcos André Gonçalves, mesmo sendo informações oficiais e abertas, hoje elas estão em planilhas complexas, que acabam restritas a especialistas. “Com essa tecnologia, qualquer cidadão poderá fazer perguntas em português simples e obter respostas estruturadas.”
O projeto terá duração de 12 meses e vai passar por algumas fases de desenvolvimento até ser liberado para a população. A iniciativa conta com a subcoordenação de Altigran Soares da Silva, professor titular do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (IComp/UFAM), e outros 11 pesquisadores: oito de iniciação científica (graduação), dois de mestrado e um de pós-doutorado.