A Amparo Saúde, rede de clínicas de Atenção Primária à Saúde do Grupo Sabin, consolidou a telemedicina como um dos pilares de seu modelo assistencial. Hoje, 60% das cerca de 6 mil consultas mensais já ocorrem de forma remota — um reflexo da incorporação tecnológica e da integração entre equipes multidisciplinares.
O avanço acompanha uma tendência nacional. De acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), o Brasil realizou mais de 30 milhões de teleconsultas em 2023, um crescimento de 172% em relação ao acumulado de 2020 a 2022. Dados da Saúde Digital Brasil reforçam a dimensão do movimento: mais de 70% das instituições de saúde do país já oferecem algum tipo de atendimento remoto.
Tecnologia própria e gestão integrada do cuidado
Entre os fatores que explicam o desempenho da Amparo, está o Amparo Tech, sistema desenvolvido internamente para centralizar e gerenciar toda a jornada do paciente. A plataforma integra dados desde o agendamento até o acompanhamento clínico contínuo, conectando profissionais e unidades em tempo real.
“Criamos uma solução em nuvem que centraliza toda a informação do paciente. Cada consulta, seja presencial ou remota, gera um registro automático no prontuário digital. Laudos de exames feitos em qualquer uma das 358 unidades do Sabin Diagnóstico e Saúde são anexados ao sistema, permitindo que nossa equipe e especialistas credenciados tenham uma visão completa e atualizada do histórico de saúde”, detalha Leonardo Abreu, coordenador técnico da Amparo e médico de família e comunidade.
A tecnologia sustenta o trabalho de uma equipe multidisciplinar composta por médico de família, enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista, psicólogo e farmacêutico clínico. O grupo utiliza os dados centralizados para monitorar indicadores, interpretar resultados e definir planos de cuidado personalizados, com foco em acompanhamento proativo e contínuo.
Jornada híbrida: equilíbrio entre o digital e o presencial
Para o paciente, o sistema representa praticidade e acesso facilitado. É possível agendar consultas, receber orientações e, em situações de urgência, acionar o serviço “Fale com o Médico Agora”, que prioriza o contato com o profissional de referência.
Apesar da adesão crescente à modalidade virtual, Abreu ressaltou que o digital não substitui o presencial. “A tecnologia digital resolve muitos problemas, mas a consulta presencial, ainda que semestral, continua sendo indispensável para um cuidado completo”, afirmou.
O equilíbrio entre conveniência e continuidade do cuidado se tornou ainda mais relevante após a nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada em maio, que determina a obrigatoriedade de uma consulta presencial a cada seis meses.
“Nosso desafio agora é engajar o paciente, já habituado à conveniência do atendimento remoto, para que ele compareça a esse encontro presencial, que é fundamental para a continuidade e a qualidade do tratamento”, concluiu Abreu.