Os estudantes do centro acadêmico do curso de medicina da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) reuniram-se ontem com o secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Saúde, Dilson Deguti Vieira, e o questionaram sobre os índice de mortalidade do Hospital de Urgência e Trauma (HUT) e sobre a terceirização da instituição.
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Os alunos discordam do alto número de mortos registrado pelo hospital no ano passado e também do convênio no qual a prefeitura pretende repassar a administração do HUT para o Hospital Evangélico.
Em entrevista à Agência Brasil logo após a reunião com Deguti, Messias Villa Mendonça, membro do centro acadêmico, afirmou que o sistema de contabilidade de óbitos do governo federal, o DataSUS, mostra um número de mortes muito menor do que o citado pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Wilson Cezar Medeiros Alves. Alves disse que 412 pacientes do HUT morreram em 2008, enquanto constam no DataSUS somente 26 mortes.
“Tudo bem que o DataSUS só têm dados até novembro, mas é muita diferença, não?”, indagou o estudante e membro do centro acadêmico (CA). “Não digo que os dados do Conselho estejam errados, mas nós temos que questionar e saber a verdade”, disse.
Mendonça também afirmou ser discutível o repasse da administração do HUT e também do Hospital da Mulher para o Hospital Evangélico. Segundo ele, Dourados tem um Hospital Universitário (HU) público pronto para atender parte da demanda municipal, e não seria correto delegar a uma instituição privada toda a administração dos dois hospitais municipais da cidade.
O secretário-adjunto Dilson Deguti Vieira afirmou hoje que os questionamentos dos estudantes não têm fundamento. Sobre os números do DataSUS, ele disse que o sistema demora até dois anos para contabilizar todos os óbitos – período confirmado na tarde de hoje pela assessoria de imprensa do Ministério da Saúde. Já sobre as supostas motivações políticas, Vieira as descartou e afirmou que o HU não tem, neste momento, condições de prestar o mesmo atendimento que o Hospital Evangélico.
Também hoje, o vice-reitor da UFGD e diretor-geral do HU, Wedson Desidério Fernandes, disse que a universidade tem o interesse de atender parte da demanda do HUT e do Hospital da Mulher, porém admitiu que a instituição universitária tem limitações.