Carreira, mercado e desafios foram alguns dos aspectos abordados pelo Saúde Business Web com o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Jaldo de Souza Santos.

Segundo o executivo, que é farmacêutico e odontologista, o preconceito em relação ao profissional está diminuindo e, consequentemente, o reconhecimento da profissão tem avançado.

Qual a importância do farmacêutico para o setor?

A farmácia é tão antiga quanto à medicina. A formação do profissional é universitária. No entanto, existem mais de 40 especializações e mais de 75 atividades. Trabalhamos com medicamentos, nas análises clínicas, hospitalar, entre muitas outras. O farmacêutico está preparado para o serviço sanitário por exemplo; desempenha uma série de atividades que um químico é capaz; também está apto para trabalhar com acupuntura. Atualmente é um multiprofissional.

O farmacêutico é bem remunerado no Brasil?

A recompensa depende muito da atividade. O profissional que trabalha na farmácia, por exemplo, pode chegar a ganhar até R$ 4 mil. Aquele especializado em bioequivalência e biodisponibilidade, ou seja – que realizam testes de medicamentos para fabricação de genéricos -, recebem mais de R$ 20 mil por mês. Os profissionais que trabalham com perícia policial chegam a ultrapassar R$ 20 mil mensais.

Quais são as dificuldades enfrentadas pela categoria?

Ainda existe preconceito principalmente devido às drogarias. Muitas vezes o profissional é visto como um balconista ou vendedor de medicamentos. No entanto, o farmacêutico é responsável pela dispensação do remédio, ou seja, orienta o paciente ao uso do medicamento correto.
Temos trabalhado fortemente para que o profissional seja valorizado. Mais de 100 caminhões de campanha circulam pelo Brasil com a seguinte mensagem: farmacêutico – um profissional à serviço da vida.

Quais são os aspectos que têm evoluído em relação ao setor farmacêutico?

O Brasil está todo federalizado, possui conselhos regionais da profissão. Acabamos de realizar uma plenária com os representantes dos conselhos regionais. Discutimos a respeito das fiscalizações necessárias, de processos de profissionais que faltaram com a ética e de melhorias para a classe.

E quanto aos direitos do farmacêutico no Brasil comparado com outros países. Em termos de condições de trabalho.

Os países da Europa, EUA e Canadá superam os da América Latina, Ásia e África. Principalmente nos EUA, onde o farmacêutico é bastante recorrido pelos pacientes, exercendo um papel importantíssimo.

A categoria obteve alguma conquista recentemente junto ao poder público?

Sim. No dia 31 de dezembro de 2010, o então ministro Temporão revogou uma portaria que permitia que hospitais com menos de 200 leitos pudessem funcionar sem concurso para farmacêuticos. Ou seja, sem o profissional da área na farmácia hospitalar. O ex-ministro cumpriu o que prometeu revogando a portaria.

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