O caminho para a equidade de gênero nas empresas ainda é longo. De acordo com a Ipsos, três a cada 10 pessoas no Brasil ainda não se sentem confortáveis em ter uma mulher como chefe. Para a psicóloga Patricia Ansarah, CEO do Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP), a mudança cultural é determinante para abrir espaço no topo das organizações. “Construímos um modelo de trabalho numa sociedade patriarcal e os reflexos disso estão nos baixos números de posições de liderança ocupados por mulheres e na valorização de qualidades masculinas para o alcance de resultados”.
A especialista destaca que é preciso dar espaço para outras formas de pensamento, permitindo a colaboração de pessoas de origens e formações diversas. “Na era do conhecimento que vivemos, a inteligência é coletiva. E ela só ganha vida em ambientes psicologicamente seguros, onde todos se sentem parte de uma dinâmica saudável e colaborativa para lidar com os desafios inevitáveis e alcançar novos patamares de resultados e aprendizado”.
Nesse sentido, abrir espaço para as mulheres e outros grupos é uma decisão estratégica para o negócio. Ansarah argumenta que, se não houver inclusão intencional das mulheres nos processos criativo, decisório ou em projetos, dificilmente haverá espaço para a diversidade.
Como criar um espaço seguro para mulheres
- Distribuir o espaço de fala de forma igualitária entre homens e mulheres.
- Ativar a habilidade social para perceber possíveis desconfortos vivenciados pelas mulheres.
- Apreciar as contribuições femininas.
- Perguntar como elas gostariam de ser incluídas e tratadas.
- Corresponsabilizar – criar um ambiente igualitário de responsabilidades.