“The world is a laboratory to the inquiring mind.” — Martin Fisher

A liderança em saúde nunca foi — e nunca será — um lugar de respostas prontas. É, essencialmente, um exercício de perguntas. Perguntas sobre sustentabilidade, inovação, o papel de cada elo do sistema e, principalmente, sobre como transformar complexidade em decisão.

No CBEXS, acreditamos que o futuro da liderança precisa ser formado, testado e validado dentro desse “laboratório vivo” que é o mundo real. Foi com essa convicção que criamos o CBEXS Futuro, programa que seleciona 39 jovens líderes com até 39 anos para uma jornada de mentorias, trocas e construção coletiva. Não é apenas um curso: é uma experiência imersiva que reflete e prepara as próximas gerações para conduzir o sistema de saúde brasileiro em transição.

Acreditamos no desenvolvimento de líderes com foco em cinco pilares, que juntos formam o alicerce da liderança executiva em saúde:

  1. Liderança – mais do que ocupar cargos, trata-se de desenvolver clareza para tomar decisões em cenários ambíguos, sustentar escolhas difíceis e engajar equipes em torno de um propósito maior. Liderar em saúde significa compreender que cada decisão tem impacto direto em vidas, recursos e reputações.
  2. Relacionamento – nenhum líder se sustenta sozinho. O setor de saúde é interdependente por natureza: hospitais, operadoras, indústria, governo, startups e sociedade civil só avançam quando dialogam. Relacionamento, aqui, não é “networking superficial”, mas a capacidade de construir pontes de confiança que resultem em colaboração e impacto coletivo.
  3. Responsabilidade – liderança sem accountability é apenas discurso. Em saúde, a responsabilidade se traduz em compromissos éticos, financeiros e sociais: do uso adequado de recursos públicos e privados ao respeito pelas equipes e pelos pacientes. É reconhecer que cada decisão carrega riscos e, por isso, deve ser assumida com transparência e coerência.
  4. Sistema de Saúde – formar líderes exige que compreendam o todo, e não apenas sua área de atuação. O Brasil tem um dos sistemas mais complexos do mundo, com um SUS que garante acesso universal e uma saúde suplementar que enfrenta pressões crescentes. Liderar sem entender essa engrenagem é correr o risco de criar soluções parciais que não se sustentam.
  5. Negócios – impacto social só se mantém se for sustentado por modelos econômicos viáveis. Por isso, o pilar de negócios é essencial: trata-se de pensar sustentabilidade financeira, inovação em modelos de remuneração, eficiência operacional e visão estratégica. O gestor que ignora essa dimensão compromete tanto a inovação quanto a longevidade de sua organização.

Ao reunir esses pilares em um programa de mentoria coletiva, o CBEXS Futuro não está apenas preparando executivos para cargos mais altos. Está testando hipóteses, provocando reflexões e formando líderes capazes de navegar na incerteza.

O futuro da liderança em saúde não está nos manuais nem nas respostas predefinidas. Ele está no espaço entre teoria e prática, no terreno das perguntas que desafiam o status quo, na coragem de experimentar novos caminhos em um setor que não permite falhas ingênuas.

Se o mundo é, como dizia Martin Fisher, um laboratório para mentes curiosas, então o futuro da liderança será construído por aqueles que ousarem pensar, testar e aprender — com método, propósito e impacto.