A cadeia produtiva da saúde brasileira demonstrou resiliência no cenário econômico atual, alcançando a marca de 5,22 milhões de vínculos ativos após criar 39,3 mil novos empregos formais entre fevereiro e maio deste ano. O crescimento de 0,8% acompanha o desempenho da economia nacional, que avançou 1% no mesmo período, conforme revela a 77ª edição do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde (RECS), elaborado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

“A cadeia da saúde tem demonstrado notável capacidade de gerar empregos mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador”, destaca José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Observamos claramente que o setor privado sustenta essa expansão, enquanto o público enfrenta limitações significativas.”

Nordeste lidera crescimento regional

Embora o Sudeste concentre o maior volume absoluto de empregos na saúde (2,6 milhões de vínculos), o Nordeste destacou-se com o maior crescimento proporcional por habitante: 7,8% no comparativo anual até maio de 2025. A região ultrapassou a marca de 1 milhão de vínculos formais, com expressiva participação do setor público (26,5%).

Pernambuco emerge como protagonista desse avanço regional, registrando impressionante crescimento de 15,7% em um ano, o que representa 29,5 mil novos postos de trabalho. O estado totaliza 217,4 mil vínculos na saúde, distribuídos entre setor privado (142,2 mil) e público (75,2 mil).

O desempenho pernambucano na geração de empregos na saúde parece refletir o vigor econômico do estado, que encerrou o quarto trimestre de 2024 com crescimento de 6,2% em seu PIB, conforme dados da Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional (Seplag-PE).

O Ceará conquistou a segunda posição no ranking de crescimento do emprego na saúde no Nordeste, com alta de 14% (equivalente a 19,4 mil novas ocupações). Dos 158,4 mil profissionais atuantes na saúde cearense, 123,2 mil estão no sistema privado e 35,1 mil no público.

“O desempenho nordestino sinaliza uma importante interiorização tanto da oferta de serviços quanto da demanda por profissionais de saúde, refletindo investimentos regionais e avanços na formalização do setor”, analisa Cechin.

Saúde suplementar impulsiona crescimento

No segmento da saúde suplementar, a expansão mostra-se ainda mais vigorosa. Entre maio de 2024 e maio de 2025, a cadeia privada registrou saldo positivo de 167,7 mil empregos, com destaque para os prestadores de serviços, responsáveis por 75% desse crescimento (125,2 mil novas vagas). Fornecedores contribuíram com 37,5 mil novos postos, enquanto operadoras de planos de saúde adicionaram aproximadamente 5 mil vagas.

Panorama regional revela contrastes

O mapeamento nacional evidencia importantes diferenças regionais:

  • Norte: apresenta maior dependência do setor público (45,4% dos vínculos), mas registrou a maior retração nesse segmento (-4,5%)
  • Sul: lidera em participação do setor privado (88,7%), com crescimento moderado de 0,9%
  • Centro-Oeste: alcançou a maior taxa de crescimento total (2,2%), mesmo com retração no setor público (-0,8%)

“Apesar das assimetrias regionais persistentes, a saúde consolida-se como um dos principais empregadores formais do país, desempenhando papel estratégico na geração de renda e inclusão produtiva”, conclui Cechin.

Dados-chave do RECS

  • 5,2 milhões de vínculos formais na cadeia da saúde (maio/2025)
  • 18,2% dos vínculos pertencem ao setor público
  • A saúde representa 10,8% do total de empregos formais da economia brasileira

A íntegra do relatório está disponível em no site do IESS e um dashboard interativo com dados detalhados pode ser acessado clicando aqui.

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