A Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed) divulgou nota rechaçando as resoluções 30, que trata da reutilização de produtos médico-hospitalares, e 515, que cria uma lista de 78 itens de uso único (descartáveis). De acordo com a Abimed, a atividade “representa um risco para a saúde da população, pois a reutilização de produtos médico-hospitalres desenvolvidos como descartáveis, portanto de uso único, aumenta as possibilidades de transmissão de agentes infecciosos e doenças.”
Na lista de produtos de uso único elaborada pela Anvisa, não entraram produtos como agulhas e pinças para biópsia, placas metálicas, parafusos, agulhas para sutura, lentes intra-oculares, cateteres e balão para angioplastia.
A associação afirma que a resolução vai contra tendências internacionais. “Na Inglaterra e França, por exemplo, produtos classificados pelos fabricantes como de uso único não podem ser reutilizados, em hipótese alguma. Nos Estados Unidos, o FDA proibiu o reprocessamento, porque as empresas não conseguiram comprovar que os métodos de esterilização e limpeza resultem em produtos seguros para os pacientes.”
Para a Abimed, os reprocessadores devem assumir a responsabilidade integral por eventuais danos causados ao paciente e a Anvisa deve assumir o papel de agente fiscalizador, encargo não assumido pela agência.
A associação também condenou a forma como a resolução foi conduzida no que diz respeito ao paciente. “não há qualquer citação ao seu direito de ao menos ser informado dos riscos envolvidos quando nele for usado um produto reprocessado.”