Um adicional de R$ 220 mil ao mês é o que os 240 médicos do Rio Grande do Norte credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS) garantiram após 67 dias de paralisação, muitas negociações, protestos e batalhas judiciais. Isso significa que passaram a receber o dobro.
A verba extra será paga pelo Estado (60%) e pelo município de Natal (40%) com seus recursos próprios, por meio de um contrato com a cooperativa dos médicos válido por um ano. Representando 16 especialidades médicas de alta complexidade e oito hospitais particulares credenciados ao SUS, a mobilização alcançou larga repercussão diante dos dois mil procedimentos que deixaram de ser realizados no período, principalmente cirurgias. A crise também levou ao desabastecimento dos hospitais, e quatro pacientes faleceram sem que pudessem ser operados por falta de materiais adequados, embora tivessem sido atendidos pelos médicos.
O movimento dos médicos teve início em agosto, quando o Ministério da Saúde editou uma portaria alterando a forma de pagamento aos especialistas credenciados ao SUS. Conforme o novo código 41, os recursos seriam liberados para a secretaria municipal de saúde, responsável por repassá-los aos hospitais e estes, por sua vez, aos médicos. Até então, de acordo com o código 7, os pagamentos eram depositados diretamente nas contas bancárias dos profissionais. Esta mudança acarretaria um desconto de 43% em impostos, o que gerou protesto dos especialistas.
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