Ontem (Quarta-feira) publicamos o começo desse artigo e agora vamos falar do resto dela, completando nossa lista de 10 tendências do mercado de saúde no mundo. Acompanhe o começo das tendências aqui.

6- Medicina comportamental : sob as pressões impostas pela sociedade e seus padrões, a depressão se tornou a doença do século, o âmbito psicológico abrange cada vez a área de interesse de grandes industrias quem buscam a otimização do bem estar e dos serviços dos seus funcionários. Porém, o tratamento das doenças da mente se mostra caro, árduo e escasso, mais adiante de a mistificação ligada aos quadros mentais estar consolidada nos mais profundos tabus da sociedade moderna.

Em 2016, o contexto do crescente interesse tanto das áreas empregadoras quanto do próprio público jovem em solucionar esse quadro debilitante, favoreceu a valorização da medicina comportamental como alternativa. O acompanhamento continuado de hábitos saudáveis por meio de startups, aplicativos interativos e teleconferências possibilita a drástica redução dos quadros patológicos psicológicos.

O incremento da tecnologia atinge fortemente o público jovem, grande atingido por transtornos como depressão, anorexia, transtornos de ansiedade, entre outros e facilita que as contratadoras desses serviços atinjam seus objetivos. O cuidado primário, porém, não deve ser ignorado, a chave para a viabilidade desse tipo de abordagem é a coligação entre o acompanhamento e incentivo de bons hábitos e o indicação para a busca de médicos especializados se for o caso.

7 – Deslocando para os centros locais: pela busca por um sistema cada vez mais custo-efetivo, 2016 será o ano da desconcentração de pacientes internados em hospitais de alta complexidade americanos. Enquanto o regime de internação é muito caro nos centros referidos, já que eles disponibilizam serviços mais especializados, esse custo pode ser reduzido caso os pacientes com patologias de menor complexidade possam ser realocados para hospitais locais e mais acessíveis.

É notável então, que a parceria entre centros de referência e menores instituições guarda uma boa relação custo-efetiva e vantagens aos pacientes diminuindo filas de espera e aumentando recursos para o atendimento individual. Além da política de realocação entre hospitais, o mercado encontrou espaço para os chamados “bedless hospitals”, que apesar de possuírem serviços especializados de qualidade, não tem leitos. Nesses locais, então, o problema do paciente pode ser identificado por profissionais de qualidade e se necessária a internação deve ser remanejada para hospitais mais acessíveis.

Coligações entre hospitais de ponta, hospitais acessíveis, bedless hospitais e ainda clínicas populares, possibilitam um serviço de qualidade prestado a pequenos valores, e torna a saúde acessível a uma parte maior da população.

8 – A atualização e flexibilização das bases de dados: a coleta de dados é fundamental para todas as instituições que envolvem a área da saúde. Fatos nos permitem prever, planejar e executar programas que sejam sustentáveis, custo-efetivos e tragam benefícios aos consumidores. A área médica, porém, tem um dilema: apesar da maioria da população estar disposta a compartilhar seus dados com médicos e com o sistema de saúde, a via pela qual o médico diferencia pacientes e tratamentos não é ainda totalmente padronizada.

Esse ano a urgência do levantamento de dados personalizados promoverá modernização dos sistemas de coleta e armazenamento de dados, para que eles possam abranger as informações que o médico queira referir que não se enquadram nas categorias que a base já oferece. Evoluindo o sistema de base de dados de um conjuntos de letras , números e tabelas, para uma ferramenta ativa na melhora do tratamento individual de cada tipo de paciente, teremos um grande avanço na metodologia de se conduzir saúde, uma metodologia agora mais eficiente, detalhada e rápida.

9 – Biossimilares: Esse ano será marcado por uma nova e mais acessível categoria de medicamentos biológicos, que invade o mercado com a proposta de concorrer com aqueles fabricados a altos valores por grandes marcas monopolizadores. A onda dos biossimilares provavelmente mimetizará o fenômeno ocorrido em 1984, ano da aprovação e início da difusão dos medicamentos genéricos, que ofereceram à população mais humilde um melhor e mais eficaz tratamento, além de incluir na pauta de convênios mais acessíveis terapias que refletem em melhores prognósticos.

O ingresso dos biossimilares promete ser semelhante, a alta complexidade dos medicamentos produzidos derivados de organismos vivos reflete em um alto valor que pode ser reduzido pelos descontos oferecidos pela categoria. A resposta das indústrias farmacêuticas, porém, é inevitável, a criação de estratégias de proteção de vendas e a fabricação própria de biossimilares já está em vigor em metade das maiores farmacêuticas estadunidenses. Mesmo assim, a aprovação desses medicamentos esse ano prometeu ser facilitada pelo FDA, que em 2015 aprovou o primeiro biossimilar para a prevenção de infecções de pacientes oncológicos nos Estados Unidos.

10- Planejamento de custos: A grande dificuldade do emergente mercado na área da saúde consiste na dificuldade de administrar e documentar custos de uma enorme variedade de itens a serem cobridos, desde internações extensas de pacientes graves em UTIs em centros de alta complexidade, até medicamentos básicos para doenças infecciosas comuns. A movimentação bilionária de recursos transmitidos para setores muito distantes e ramificados também dificulta a quantificação de recursos para cada área com precisão.

Em 2016, esse modelo começa a mudar, baseados em bons resultados obtidos pelo cálculo preciso de valores de procedimentos e materiais da Universidade de Utah, outros centros de saúde passam a dar mais atenção à quantificação de valores individuais, em vez de grandes volumes. A organização de comissões multiprofissionais para a análise de dados, e obtenção de um valor final específico para cada setor tem obtido sucesso. A composição desses times por desde médicos a técnicos de informática possibilita análises de diferentes pontos de vista e não deixa de abranger pontos que antes eram esquecidos.

Com uma quantificação certa, é possível estimar e realocar recursos para os locais de maior necessidade, assim temos significativa redução de gastos sem comprometer a efetividade do sistema e conseguimos atingir a tão sonhada sustentabilidade do sistema de saúde custo-efetivo.

Fonte: PwC