Quando se pensa em países desenvolvidos se tem o conceito do Estado provendo todos os serviços à população de forma gratuita, porém, de acordo com o diretor geral da Intersystems para a América Latina, Carlos Eduardo Kulh Nogueira, isso é um problema. “São países populosos e a população está envelhecendo. E o pior, sem saúde. Isso gera muitos custos”, afirma.
O envelhecimento da população também faz com que a falta de jovens dificulte o recolhimento de impostos para pagar as contas para quem está saindo do mercado. “A solução? Ainda ninguém sabe”. Nogueira acredita que o modelo baseado em medicina diagnóstica desenvolvido por estes países, e importado pelo Brasil, é muito caro. Para o executivo, o caminho ideal seria invertê-lo para um modelo de medicina preventiva.
Na opinião de Nogueira, o único consenso no setor é que sem informação não se faz gestão.  Algumas iniciativas já estão sendo desenvolvidas para tentar melhorar a complexidade do sistema de saúde brasileiro, como por exemplo, o projeto do governo do Distrito Federal, focado na busca de um repositório único de informações com o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), gestão clínica e histórico do indivíduo. “Essa conexão de sistemas proporciona ganhos em toda a cadeia”, ressalta.
Estima-se ganhos significativos de economia em medicamento e exames com o projeto do Distrito Federal. “Quem não tem informação, faz exames mais de duas vezes. O projeto não só diminui os custos do sistema como traz melhoria de qualidade de vida do cidadão e de atendimento. Isso é difícil de medir.”
Outro problema destacado pelo executivo é a falta de profissionais na saúde pública, e sobretudo, a falta de iniciativas para resolvê-lo. “Talvez os governantes mais conscientes consigam enxergar o tsunami que está chegando, que é o envelhecimento da população, e algo tem que ser feito. Caso contrário, haverá uma crise muito grave na saúde pública brasileira”, prevê.
Na visão do diretor da Intersystems, um dos  principais motivos que contribuem com a complexidade do sistema de saúde brasileiro é o compartilhamento das responsabilidade do setor entre as três esferas de governo. “Isso faz com que o sistema seja esquartejado, além de dificultar qualquer projeto”.
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