A Rede D”Or, no Rio de Janeiro, deve fechar contrato de compra nos próximos dias com o hospital Samaritano, também do Rio, por cerca de R$ 150 milhões. Há dois meses em negociações, as instituições alegam dificuldade de acordo devido ao número expressivo de herdeiros do Samaritano – cerca de 60. Esse seria justamente um dos motivos da venda do hospital, que conta com 27 médicos sócios.

O Samaritano é um hospital rentável. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) está em torno de R$ 3 milhões, e a lucratividade, de 5% a 7% ao ano. Com isso, muitos herdeiros que não são médicos ou interessados na gestão do hospital poderiam pegar a sua parte em dinheiro e investir em outros negócios ou em uma aplicação financeira de maior rentabilidade.

Outros hospitais já mostraram interesse no hospital, como é o caso do Albert Einstein, de São Paulo, que em meados de 2008 chegou a fazer uma due dilligence no Rio a fim de levantar os números do hospital. No entanto, não houve uma proposta oficial de compra, segundo os gestores do Einstein, na época, por conta da crise financeira mundial.

Para especialistas da área, a chegada da rede D”Or seria positiva. Isto porque o Samaritano tem hoje 100 leitos e vai chegar a 140 no fim do ano. A rede D”Or tem 1,5 mil e a previsão é atingir 3 mil em 2013, com a construção de três novos hospitais e a reforma de quatro deles, fora os laboratórios e clínicas.

Com a compra, a rede D”Or atingiria um público e uma renda que hoje ainda não tem. Como seus hospitais aceitam os planos de saúde de nível médio, se um executivo de contrato superior se internar lá, a tabela usada é a mesma dos outros planos. No entanto, o Samaritano, que só aceita planos top, poderá cobrar mais, tendo uma receita maior por atendimento.

A rede D”Or teve receita de R$ 1,15 bilhão em 2009, e estimativa de R$ 2,64 bilhões em 2013. A rede, que começou em 1977 com o laboratório Cardiolab, hoje tem 44 unidades de exames da rede Lab”s (inaugurada em 1988) e 14 hospitais próprios ou sob sua administração. O primeiro foi o Barra D”Or, de 1998.

A estratégia é criar centro de referência. Com isso, a rede consegue atender a todas as especialidades e é possível transferir pacientes dentro de seus hospitais. Assim, não perde pacientes e nem receita. No Rio, os quatro maiores são da rede: Barra D”Or, Copa D”Or, Quinta D”Or e Rios D´Or.

*Com informações do Valor Econômico

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