Apesar de exigir receita, em apenas quatro anos, a venda dos medicamentos para criança com hiperatividade ou déficit de atenção aumentou em 940%. Em 2000, foram vendidas 71 mil caixas. Em 2004, 739 mil. Os dados são do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, levantados com base no “”IMS-PMB” –publicação suíça que contabiliza dados do mercado farmacêutico mundial. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que controla as vendas, o número de caixas vendidas entre 2003 e 2004 cresceu 51%. Este número têm dividido a opinião dos especialistas. Para o presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção, Paulo Mattos, psiquiatra da UFRJ, o número de portadores do remédio ainda é pequeno. “O crescimento das vendas ocorreu porque o diagnóstico aumentou. Pais e professores estão mais informados e agora buscam ajuda”.
Laís Valadares, do departamento científico da Sociedade Brasileira de Pediatria, discorda. “Está havendo excesso de diagnóstico e de medicação. Talvez pais e professores não estejam conseguindo colocar limites, e as crianças ficam hiperativas. O que não quer dizer que sejam TDAH”, afirma. “É preciso cuidado. Tem criança de quatro anos tomando
remédio para quem tem mais de sete.”
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