De todas as inovações tecnológicas que estão impactando o setor de saúde nos EUA, poucas estão tão próximas – literalmente! – dos pacientes quanto os wearable devices. É uma questão de pele.
Se o mesmo fenômeno for acontecer por aqui é bom ir se familiarizando com ele, a começar pelo esquisito nome abrasileirado que recebeu. Até que inventem uma opção diferente, esses pequenos gadgets estão sendo chamados por essas bandas de vestíveis!! Faz sentido, certo?
Bem, formalidades à parte, vamos aos dados.
Estima-se que 34 milhões de devices serão vendidos para fins de saúde nos EUA durante esse ano. Até 2017 serão 56 milhões; ou seja, um crescimento de 60% em 2 anos!
Apenas o segmento de monitoramento cardíaco à distância deve representar um mercado de US$ 867 milhões no ano que vem. É quase 5% de todo mercado brasileiro de medicamentos. E estamos falando apenas de uma categoria.
Conforme já falei aqui no ES o preço ainda é uma grande barreira para as pessoas adquirirem o seu equipamento. Caso o aparelho fosse adquirido pelo empregador e entregue aos seus funcionários (como já ocorre com outros benefícios, como smartphone e notebooks) a adesão seria (teoricamente) próxima a 70%.
Uma bela oportunidade para que os pagadores de lá diminuam suas despesas com prêmio de seguro-saúde (nos EUA existe uma regra no ACA que permite a devolução de até 30% dos prêmios pagos caso certos objetivos de saúde populacional sejam atingidos pelas empresas). Por aqui, quem se arrisca?
No infográfico que trouxe para vocês essa semana, a Boston Consulting preparou uma segmentação bastante interessante para esse novo mercado – o que é sempre um grande desafio.
Considerando que os dispositivos irão impactar tanto o ramo assistencial, quanto os segmentos médico, de fitness e bem-estar, eles foram separados em 4 grandes famílias:
- Sensores: Tratam-se de devices que utilizam sensores que servem para monitorar dados sobre certas atividades (como sono e atividade física) e também patches (como aqueles velhos emblemas que eram costurados nas calças jeans e jaquetas) só que dessa vez colocados sobre a pele (sem a logo de nenhuma banda de rock – por enquanto).
- Ocultos: como o próprio nome já diz são aqueles feitos para vestir sem serem vistos. Nessa categoria estão os aparelhos para monitoramento cardíaco, monitoramento emocional (uau!) e – não me pergunte por quê – os smart glasses (se você tiver um palpite sobre a razão deles serem considerados ocultos, por favor, coloque nos comentários abaixo)
- Responsivos: aparentemente são aqueles que tomam alguma ação atuando como uma interface entre o usuário e seu corpo. Nessa definição estão as bombas de insulina, smart watches e fones de ouvido (!)
- Unificadores: tratam-se daqueles dispositivos criados para unir as realidades física e virtual. Nessa categoria estão – segundo o info – as roupas inteligentes, os medidores de pressão sanguínea (!) e os aparelhos para surdez (vianatone!).
Como você poderá ver existem ainda desafios para incorporar cada produto numa família. Igualmente não é simples incorporar cada uma dessas famílias no sistema de saúde. Os desafios nesse caso vão da capacidade de capturar, armazenar e processar grandes volumes de dados até questões ligadas a segurança, privacidade e interconectividade.
Parece complexo, e realmente é. Mas vendo as mudanças que ocorreram nos últimos 10 anos quem se atreve a dizer que é impossível?