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A nova jornada de saúde

Article-A nova jornada de saúde

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Quando uma empresa oferece o benefício saúde para seus colaboradores, tanto como primeiro plano de saúde quanto oriundo de outras operadoras, começa do zero, uma nova jornada.

Esta pode ser uma jornada de gestão de doença ou de saúde, vai depender da porta de entrada no sistema de saúde.

Normalmente e culturalmente os novos beneficiários seguem o mesmo caminho; Aqueles com doenças crônicas começam sua nova jornada, procurando os especialistas relacionados com sua lembrança clínica, não vamos chamar de um histórico clinico, sem rumo, repetindo todos os exames, sem prontuário e histórico, gerando a lógica do sistema, consumo e custo.

Saem perdendo o beneficiário, sua empresa e a operadora.

Saem “ganhando” os prestadores de serviços com resultado financeiro não sustentado.

Já aqueles beneficiários sem doenças prévias utilizam imediatamente o seu novo benefício, de modelo aberto de Fee for service, para realizarem um  “Check Up  Médico”. Este totalmente sem rumo, peregrinando por especialista ao léu, acumulando exames, sem lógica, sem prontuário, sem sequenciamento e sem coordenação.

De novo saem perdendo os próprios beneficiários, que além da perda de tempo, realizaram exames até mesmo invasivos, que não contribuíram, na maioria das vezes, para sua jornada de saúde e bem-estar, novamente deu a lógica, consumo e custo.

Da mesma forma saem perdendo a empresa e a operadora, que assistem a sinistralidade subir sem controle.

Todo este ciclo sem sentido está em franca mudança, com as empresas contratantes refletindo se o benefício saúde tem sentido, ou se é um maleficio de alto custo.  A prioridade atual das empresas é ter a manutenção do emprego como benefício principal. O benefício saúde só poderá entrar na carteira se tiver sentido e controle.

A jornada passará ser coordenada pelos RHs das empresas, a Medicina do trabalho obrigatoriamente entra na gestão, gerando diagnostico da carteira, e compartilhando relatórios, para que de forma coordenada inicie a nova jornada de saúde dos colaboradores.

A porta de entrada será através da lógica da APS - Atenção Primaria à Saúde, com equipe multidisciplinar, com captação, acolhimento, sequenciamento e ordenamento de ações que possam gerar valor, percepção de pertencimento a uma equipe integrada, com entrega, cuidado, saúde, registro e longitudinalidade.

Desta forma todos ganham, o beneficiário, a empresa, a operadora, e o próprio prestador, que realizou provimento de saúde apenas no necessário e importante, perenizando uma carteira sustentada, que de fato gerou benefício.

Este novo momento chegou, acelerado pelo período pandêmico, onde as dificuldades criaram reflexões profundas sobre a modelo saúde, com empresas, operadoras, e auto gestões inovando e buscando a gestão sustentada da saúde, através de plataformas de saúde com soluções integradas e adequadas para cada público.

O fim da prática hospitalocêntrica, as novas tecnologias e plataformas de telessaúde, e os bons exemplos de países que já tem a APS como modelo consolidado como porta de entrada da atenção à saúde, serão as bases desta nova jornada, de baixo custo e alta resolutividade.

Sobre o autor

Dr. Marcus Tanure, CEO da Clínicas D.O.C.