A ideia de um médico que acompanha a saúde das pessoas ao longo da vida, com consultas periódicas e monitoramento preventivo de doenças, remete muitas vezes ao passado, aos tempos dos nossos pais e avós. Mas a realidade é que o conceito de médico de família voltou a ganhar força no Brasil. Nos últimos dois anos, a especialidade cresceu 30% - e nos últimos dez, 171%. Hoje há mais de 7 mil especialistas em medicina de família - e a tendência é que esse número cresça.
O setor de saúde suplementar já percebeu a importância da atuação desse profissional. Presente nos programas de saúde e clínicas de atenção primária à saúde (APS), o médico da família é parte de uma estratégia de atuação capaz de garantir qualidade no atendimento aliada ao maior controle sobre as despesas. O acompanhamento próximo dos pacientes e a adoção de práticas preventivas mudam o foco do atendimento, que passa a ser a promoção da saúde, não o tratamento da doença, e possibilitam redução de gastos com exames e internações.
Responsável pelos planos de assistência à saúde e odontológica dos funcionários da Enel, Celgpar, EDP/Goiás, Eletra, Vivacom e aposentados oriundos da CELG, a Vivacom colhe resultados dos primeiros três meses de funcionamento de uma clínica de APS que atende 2,5 mil beneficiários. Neste período, foram realizadas 334 consultas médicas e apenas oito pacientes tiveram de ser encaminhados para especialistas. Mais de 97% dos casos foram resolvidos no primeiro atendimento e o índice de satisfação é de 96%. A clínica foi implantada em parceria com a AsQ, empresa especializada em serviços de gestão em saúde. “Os resultados iniciais da atenção constante à saúde do beneficiário são bastante animadores. Mas nosso objetivo é também de médio e longo prazos. A prevenção e a promoção da saúde são fundamentais para o equilíbrio financeiro do plano”, diz Geraldo Almeida, Diretor de Saúde da Vivacom Planos de Saúde.
“O profissional da equipe de medicina da família da APS cria relacionamento próximo com o paciente, investiga em detalhes o estado de cada um e faz um acompanhamento próximo, o que aumenta a chance de prevenir complicações, fazer diagnósticos mais precisos e encaminhar o tratamento”, diz Brunna Costa e Silva, enfermeira da equipe de saúde da família da AsQ que atua na APS. Mês a mês, a demanda na clínica aumenta. A ocupação pulou de 41% da capacidade instalada para 65% entre outubro e dezembro.
Em paralelo às consultas, o trabalho inclui o rastreamento de doenças como câncer de mama e câncer colorretal, o monitoramento periódico de indivíduos com diabetes ou hipertensão, doenças que podem causar complicações, e a definição de linhas de cuidado específicas para diferentes perfis de paciente. “Seguir protocolos definidos a partir da pesquisa médica permite atuarmos intensivamente na promoção da saúde, o que garante um cuidado integral das pessoas e gera benefícios contínuos e cumulativos”, diz o CEO da AsQ, André Machado Júnior.
