A Salux Technology pretende dar um passo adiante na aplicação da inteligência artificial (IA) à saúde ao apresentar, na Hospitalar 2025, novos recursos integrados ao seu ecossistema digital. A proposta é incorporar a IA de forma estratégica em diferentes etapas da jornada assistencial e administrativa, com foco em apoio à decisão clínica e eficiência operacional.

Desde a implementação de reconhecimento por voz e prescrição assistida, a empresa tem buscado expandir o uso da IA em sua plataforma SX Sigma, que em 2024 foi anunciada como o primeiro prontuário eletrônico com inteligência artificial nativa no Brasil. Para 2025, a novidade é um assistente clínico de IA treinado com base em evidências científicas e adaptado à realidade brasileira, que opera de forma integrada ao sistema, sem exigir mudanças no fluxo de trabalho dos profissionais de saúde.

Segundo Klaiton Simão, CEO da Salux, a intenção é ir além da automação de tarefas rotineiras, como transcrição ou organização de dados. “Estamos focando em aplicações práticas da IA que impactam diretamente a segurança assistencial e os desfechos clínicos”, afirma.

Aplicações práticas e integração nativa

As novas funcionalidades incluem triagens com sugestão de classificação de risco, anamneses estruturadas por voz com sugestões diagnósticas, e prescrição eletrônica com alertas para interações medicamentosas e ajustes por idade ou função renal. Tudo isso integrado ao próprio sistema de gestão hospitalar, sem necessidade de softwares terceiros.

“Esses recursos permitem ao médico focar mais no atendimento ao paciente, sem que a tecnologia interfira na relação clínica”, avalia Fabiana Agudo Padro, gerente de produtos da empresa.

A proposta da Salux se diferencia por embarcar essas funcionalidades diretamente no SX Sigma, centralizando as ferramentas no ambiente já utilizado por hospitais e clínicas. Isso elimina a necessidade de múltiplos sistemas, promovendo uma experiência mais fluida para profissionais e instituições.

Expansão do ecossistema

A estratégia de digitalização da Salux não se limita ao prontuário eletrônico. O ecossistema inclui empresas como:

  • Docli: responsável pelo desenvolvimento da IA aplicada à saúde;
  • Medplace: que integra IA à telerradiologia com base em datasets brasileiros, focando em achados críticos;
  • SkyMed: com soluções voltadas à anestesiologia e apoio à decisão no centro cirúrgico;
  • StarGrid: que usa IA para otimizar a alocação de equipes e escalas;
  • CloudHealth.AI: voltada para telessaúde;
  • Zerodox: especializada na eliminação do papel na saúde.
Hospitalar 2025: interoperabilidade e integração

Durante a Hospitalar 2025, a empresa vai apresentar sua proposta de transformação digital baseada em quatro pilares: interoperabilidade, IA aplicada à prática clínica, transição para a nuvem (via Horizon HIS) e fortalecimento da atenção primária.

A Salux também promete demonstrar como a IA vem sendo usada em áreas administrativas, como o fechamento automático de contas hospitalares — com uso de regras institucionais para acelerar o faturamento — e na análise de glosas, com identificação de padrões e sugestões de correção.

Desafios e perspectivas

O avanço da inteligência artificial na saúde ainda exige validações constantes, adaptação à realidade local e aceitação por parte dos profissionais. No caso do ecossistema da Salux, a proposta é usar a IA como aliada da prática clínica e da sustentabilidade financeira das instituições. Mas a efetividade dos resultados dependerá da adoção prática em diferentes contextos do setor e da capacidade das soluções em entregar melhorias reais, além da eficiência tecnológica.