Há 15 anos a Organização Mundial de Saúde implantou um sistema de higienização em um hospital de Genebra, na Suiça, na tentativa de reduzir a taxa de infecção hospitalar. O resultado é uma cobertura segura de 87% da população mundial através da prática e cultura da implantação do álcool em gel em lugares estratégicos de contato entre o paciente e o prestador de serviço.
A OMS registrou em sua base de dados no último dia 4 de maio a aderência do sistema em mais de 13 mil hospitais espalhados pelo mundo. “Nossa meta era alcançar nesse período ao menos 10 mil hospitais e o que constatamos é uma aderência que se estende a mais de três milhões de leitos”, conta o membro do Conselho Diretor da OMS, Didier Pittet.
A superação da meta estimada para maio de 2010 se deve as campanhas lançadas pela própria organização como, por exemplo, a “parede falante” – lembretes sobre a importância da lavagem das mãos foram espalhados pelas paredes dos hospitais como meta de conscientização dos profissionais da saúde.
Para Pittet, o monitoramento da higienização também é uma das estratégias da OMS. “Por meio de acompanhamento das infecções hospitalares depois das práticas adotadas pelas instituições chegamos a uma redução de 50%. Além disso, oito anos após lançarmos esse sistema nós calculamos o custo x eficácia da implantação do álcool em gel nas unidades de saúde e provamos facilmente a nível nacional na Inglaterra que a redução de infecções existe, sim”, completa o executivo ao informar que cerca de 1,4 milhão de pacientes no mundo estão adquirindo infecções hospitalares.
Atualmente a taxa dessas infecções está entre 5% e 12% nos países desenvolvidos, enquanto nos países em desenvolvimento a concentração é de duas a 19 vezes maior.
Depois de comprovar a eficácia do sistema de higienização das mãos para uma cultura de segurança nas unidades de saúde, a OMS criou diretrizes oficiais para serem seguidas por todos os hospitais. “Conseguimos que 135 países aderissem a essa adoção universal”, confirma Pittet.
Pouca estrutura
Focado em atender todas as estruturas hospitalares, desde a mais alta até a mais precária, Hong Kong sugeriu à uma companhia especializada que desenvolvesse a solução álcool em gel de acordo com as diretrizes da OMS a um preço acessível.
Naquele país, o volume de produção vai de 10 mil a 600 mil litros de álcool por mês. O produto custa de US$ 0,30 a US$ 0,50 cada 100 ml.
“Um hospital na área rural do Kenia, por exemplo, pagava mais de duas vezes o valor pago por uma unidade de Boston, nos Estados Unidos, na solução. Isso deixa claro que em alguns lugares a introdução do sistema não pode ser implantada, então essa ideia de Hong Kong é uma solução para os países que não têm verba o suficiente para aderir a campanha”, conclui Pittet.
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