Segundo o estudo, países emergentes estão se aproximando dos EUA e Europa em mortes causadas por doenças do coração

São Paulo, 2014 — Os países de reda baixa e média estão alcançando os mais desenvolvidos. Ao menos em um quesito nada positivo. De acordo com um relatório sobre doenças cardiovasculares publicado pela revista britânica The Economist, países emergentes estão se aproximando dos EUA e Europa em mortes causadas por doenças do coração. No Brasil, o índice aumentou em 15% em 20 anos, apresentando 206 mil mortes, em 2010. E até 2030 os óbitos por doenças cardivasculares serão mais comuns em países com renda baixa e média do que naqueles com renda alta, de acordo com projeções da OMS.

O relatório traz o depoimento de Beatriz Champagne, diretora executiva da Fundação Interamericana do Coração, que observa que para a América Latina “o aumento mais acentuado de doenças cardíacas está entre as pessoas mais pobres, resultante da falta de acesso aos tratamentos e às medidas preventivas”.

As causas do crescimento rápido das DCVs não são definidas, mas riscos como tabagismo, hipertensão, colesterol alto, diabetes, obesidade, atividade física inadequada, má nutrição, poluição do ar, envelhecimento da população e alto consumo de sal nos alimentos, explicam a maioria das

doenças cardiovasculares, responsaveis por 25% do total de óbitos nos Países em desenvolvimento.

Os números do IMC (índice de massa corpórea) e de colesterol, sugerem que o consumo de alimentos mais gordurosos e hábitos alimentares da cultura ocidental, impulsionam os riscos. O desenvolvimento econômico rápido em muitas economias emergentes está causando uma degradação substancial ao meio ambiente, juntamente com poluição do ar e poluição sonora, tudo isto está associado aos níveis crescentes de DCVs, segundo o estudo. A urbanização, principalmente aquela sem nenhum planejamento, comum em economias emergentes, faz com que as pessoas estejam em maior contato com tais formas de poluição, ao mesmo tempo em que aumenta o estresse e diminui a atividade física, dois outros fatores de risco das DCVs.

O estudo da revista The Economist, patrocinado pela biofarmacêutica AstraZeneca, foi publicado em encarte especial.