Referência em várias especialidades, o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, adotou o conceito de Centros de Excelência, que agregam atendimento especializado e tecnologia de ponta, além de proporcionarem satisfação aos clientes por meio da eficiência no diagnóstico, com foco nas patologias e com uma visão integrada de tratamento.

O Centro de Oncologia é um dos exemplos do hospital que reúne especialistas de grande renome no País e oferece desde o diagnóstico até tratamentos como a radioterapia e radiocirurgia. Também proporciona suporte nutricional, psicológico e odontológico para os pacientes, sem deixar de lado o apoio humano.

Além do Centro de Oncologia, as demais áreas atendidas por este modelo são: Tórax, Infectologia, Mastologia, Cardiologia, Dor, Parkinson e Distúrbios do Movimento e Nefrologia.

“O crescimento da demanda por nossos serviços está sendo superior a nossa capacidade instalada. Temos que crescer rapidamente e por isso lançamos uma mudança estratégica que levará o atendimento oncológico, entre outros, para mais perto dos pacientes”, relata o superintendente de Estratégia Corporativa do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap, ao comentar a instalação de um novo prédio no Itaim Bibi, zona sul da capital paulista.

A nova unidade ocupará 4,3 mil m2 em um prédio dedicado a área da saúde, onde oferecerá serviços de baixa e média complexidade e ambulatoriais como, por exemplo, endoscopia, reprodução humana e hospital-dia.

Com um investimento de R$ 35 milhões, o projeto executivo está em fase de finalização enquanto as obras de adaptação já começam a ser planejadas. “Nossa expectativa é que os oito andares da unidade Itaim sejam inaugurados em julho deste ano”, afirma.

No mesmo ritmo estão as obras de instalação do centro cirúrgico, localizado no prédio central do hospital. Atualmente é realizada cerca de 45 cirurgias por dia e a estimativa é que com a ampliação do centro esse número salte para 65. “Temos 12 salas e a meta é ter 19 até o final do primeiro semestre de 2010. Outro benefício será a integração dessas salas com uma enfermaria de hospital-dia”, conta.

Segundo Chapchap, o ritmo de crescimento do Sírio-Libanês será estendido até 2012 e contará com recursos de R$ 600 milhões na ampliação de sua planta atual, que prevê novas instalações e a construção de outras três torres.

Recentemente o hospital inaugurou o novo espaço de seu Pronto Atendimento (PA). A área interna recebeu investimentos de R$ 9 milhões para ter seus leitos triplicados. Diariamente o PA do Sírio-Libanês atende cerca de 150 pessoas, com a ampliação a capacidade de atendimento sobe para 450 pacientes/dia. “Além de ampliar, nós passamos a atender de forma humanizada: o paciente entra em um box e fica monitorado, protegido na sua privacidade.”

A humanização também faz parte da ?UTI do Futuro”, de acordo com Chapchap. Inaugurada no final de 2009, a Unidade de Terapia Intensiva do Sírio-Libanês faz parte do projeto de ampliação do hospital que, até o final deste ano, contará com 82 novos leitos.

A área de pesquisa não fica atrás. Serão investidos R$ 15,3 milhões, sendo R$ 5 milhões direto do Sírio e R$ 10 milhões da filantropia. De acordo com o executivo, o hospital terá novidades em estudos de novas moléculas para tratamento de câncer; em patentes para endoscópico cirúrgico, robótica e desenvolvimento do Núcleo de Pesquisa em Células-Tronco, entre outros. “Você não tem excelência se não tiver ensino e pesquisa. Chamamos isso de estímulo acadêmico para manter todos os profissionais na fronteira do novo conhecimento. O médico tem interesse em se desenvolver para trabalhar com conforto e atuar como docente.”

Acreditado internacionalmente pela Joint Comission International (JCI), o Hospital Sírio-Libanês se reúne regularmente com outras instituições de excelência para discutir projetos que podem ser desenvolvidos juntos para buscar melhores resultados. A incorporação de novas tecnologias médicas nos hospitais é um dos temas que, segundo Chapchap, precisa ser discutido. “O que acontece é que a incorporação dessas tecnologias depende mais da falta de formar gente do que a falta de dinheiro. Embora São Paulo seja bem provido de tecnologia médica, essa não é a realidade no Brasil todo”, diz o executivo ao citar que o País tem parque tecnológico de radioterapia atrasado. “Isso é um desafio grande para o Inca.”

O Sírio-Libanês recém adquiriu dois aparelhos de radioterapia, um de radiologia intervencionista, além de um PET-CT e uma ressonância magnética. A próxima aquisição do hospital será um tomógrafo. No total foram destinados R$ 100 milhões para a compra de novos equipamentos.

Integração com o SUS e responsabilidade social

O fato de o ano de 2010 ser eleitoral é apenas um detalhe para o Hospital Sírio-Libanês, que planeja dar continuidade nos seus projetos independente das mudanças no governo. Protegido pelas regulações destinadas exclusivamente para os hospitais de excelência, a instituição filantrópica acredita que nem mesmo o projeto em parceria com o Ministério da Saúde deve ser afetado.

Em 2008, o hospital assinou um contrato com o ministro José Gomes Temporão onde se prontificou a converter o benefício fiscal propiciado pelo governo federal em projetos de avaliação e incorporação de tecnologias, capacitação de recursos humanos, pesquisas de interesse público e desenvolvimento da gestão em serviços de saúde, em prol do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os programas do Mais Gestão não são de cunho político e sim técnico”, confirma o superintendente de Estratégia Corporativa do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap.

Em conjunto com os hospitais paulistas Oswaldo Cruz, Samaritano, Albert Einstein e o Hospital do Coração (HCor), além do Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), o Sírio-Libanês deve investir nos próximos três anos cerca de R$ 158,3 milhões nos programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde como, por exemplo, na reestruturação e qualificação da gestão dos hospitais federais do Rio de Janeiro. A ideia é diagnosticar o que pode ser melhorado e transferir conhecimento por meio de consultoria externas. “Esse projeto está em fase de diagnóstico, partindo para um plano de ação e prometendo bons frutos num período breve.”

O projeto deve durar em média dois anos e consumir R$ 400 milhões na capacitação de pessoal, infraestrutura e equipamentos. Deste montante, R$ 43 milhões devem ser destinados pelos seis hospitais de excelência. As unidades contempladas serão: a do Andaraí, a do Geral de Bonsucesso, a de Ipanema, a de Jacarepaguá, a da Lagoa e a dos Servidores do Estado.

Com foco na integração do SUS, o Sírio-Libanês também mantém convênio firmado com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, onde já foi possível o investimento de R$ 2,5 milhões com a reforma de cinco unidades básicas de saúde,  além de R$ 1,5 milhão na implantação do Serviço de Ultrassonografia em quatro unidades carentes e R$ 4 milhões na reforma e restauro do SAE DST/AIDS Campos Elíseos, entre outros.

O hospital, que teve isenção de cerca de R$ 62 milhões em 2009, destaca os projetos do Instituto Sírio-Libanês de Responsabilidade Social, que administra equipamentos públicos de saúde nas AMAS Especialidades Santa Cecília, Jardim Peri-peri, Vila Piauí e no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus. “Nós temos dois tipos de responsabilidade social e essa é uma delas. Nesse caso não trabalhamos com verba nossa e sim com parcerias com o poder público para fazer gestão. Esse é um modelo que veio para ficar”, afirma Chapchap.

Outro tipo de responsabilidade social praticado pelo Sírio-Libanês é o que está dentro do âmbito de sua atuação como hospital de excelência. “Tudo que fazemos para aplicar nossa filantropia é junto com Ministério da Saúde, que sabe das necessidades de assistência no Brasil. Não existe forma de fazer filantropia que não seja em parceria com o ministério e com foco no desenvolvimento do SUS. Nenhuma outra forma vai funcionar, senão essa”, conclui.

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