A epidemia global do novo coronavírus fez movimentar a área de pesquisa médica e estreitou os laços entre diversas instituições de saúde, universidades, farmacêuticas, entre outras que buscam entender as características do vírus a fim de conter a disseminação, bem como chegar a tratamentos mais adequados e, quem sabe, a uma vacina que possa imunizar toda a população mundial.

Foi nesse cenário que na última quinta-feira (23), a renomada revista científica Science publicou um estudo intitulado Evolution and epidemic spread of SARS-CoV-2 in Brazil, fruto de um estudo coordenado por Ester Sabino, pesquisadora do IMT- FMUSP, em parceria com a Universidade de Oxford. O estudo tem a coautoria de Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, e Carolina Lázari, infectologista do Grupo.

O Grupo foi convidado a participar do estudo graças a rapidez com que desenvolveu o teste RT-PCR para detecção do novo coronavírus – 11 dias antes da primeira confirmação de caso no Brasil, o Grupo Fleury já havia disponibilizado testes para hospitais parceiros espalhados em 5 estados do país.

O estudo analisou as características de disseminação do novo coronavírus pelo país e trouxe duas principais conclusões sobre os fatores que levaram o vírus a se espalhar no Brasil: a primeira mostra que o vírus foi transmitido por três cepas diferentes da SARS-CoV-2, todas vindas           da Europa; a segunda, indica que São Paulo e Rio de Janeiro foram as primeiras cidades em que ocorreram casos, que posteriormente se espalharam para o interior desses estados e, por fim, o vírus foi levado a outros estados por pessoas contaminadas que viajaram de avião.

Para Celso Granato, o estudo ajuda a entender não só a incidência de casos por região, mas também a eficácia das medidas de controle adotadas pelo governo. “O estudo nos traz informações sobre a trajetória de disseminação do vírus pelo território brasileiro. Concluímos que o vírus foi levado a partir de centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro por transporte aéreo interestadual para regiões como Amazonas, Pará e Ceará, o que também nos ajuda a entender a explosão de casos de COVID-19 nesses estados logo no início da pandemia no Brasil”, pontua o diretor clínico do Grupo Fleury.

Os cientistas chegaram aos resultados da pesquisa graças à doação de 427 amostras de exames positivos para COVID-19, pelo método RT-PCR, das quais parte foi cedida pelo Grupo Fleury.

O estudo completo está disponível na página da prestigiada Revista Science.