Ter como objetivo a criação de um hospital geral e diferenciado voltado para o público regional não era o suficiente para os sócios do Grupo Cema, que buscavam por algo a mais. A partir de então, Adri Vicente Junior, convidado para comandar e desenvolver o projeto hospitalar, propôs resgatar o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista onde incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas: Villa Lobos.

Com a marca já pré-definida, o arquiteto trouxe o conceito de expor a história do músico e compositor para o hospital, mais voltado à arte e menos à doença.

“Os donos compraram a ideia e o resgate se conceituou. A meta era desenvolver um projeto que transpassasse a sensação de o paciente estar chegando num hotel cinco estrelas, com atenção diferenciada”, relata Vicente.

A parte decorativa do hospital ganhou destaque com os móveis brancos e aconchegantes com estofado sintético e lavável. Um prédio baixo, perto do padrão hospitalar, com instrumentos musicais de época emoldurados, torna a arquitetura ainda mais convidativa. “A história de Villa Lobos é contada no próprio hospital e se estende até o conforto médico e o refeitório da diretoria, que conta com uma Jung Box de 1954”.

O espaço reservado para os médicos foi baseado em um museu do Villa Lobos, com home teather, duas TVs 42 polegadas, Playstation 3, biblioteca, Internet e refeição 24 horas por dia. A estratégia do projeto posta em prática liga o vestuário ao conforto médico, que por sua vez está próximo do centro cirúrgico.

“Para sair paramentado do vestuário o profissional é obrigado a passar por dentro do conforto médico, assim ele pode relaxar antes de entrar num processo cirúrgico, que muitas vezes dura mais de 10 horas”, conta Vicente ao citar que o mesmo tratamento é oferecido aos enfermeiros e a toda equipe do médico, mas em uma proporção menor.

Nos leitos, o foco principal do projeto era trazer cores que não cansassem as vistas do paciente. Além de tons claros, os dormitórios contam com TVs de LCD e frigobar. “Também quisemos dar um aparato técnico que é padrão, como luminárias, cortinas, e pisos próprios para prevenção de contaminação, sempre visando um apelo de conforto”, conta.

Para Vicente, a tendência é cada vez mais se preocupar com o paciente e sua família, já que está comprovado por meio de um estudo que cada cliente traz para o consultório uma ou duas pessoas. “Se tenho 50 pessoas para fazer exame fatalmente tenho que ter em torno de 150 lugares na sala de espera, e a grande coisa da arquitetura é não se preocupar só com a técnica, mas sim com a área de conforto”.

O hospital tecnicamente é como qualquer outro, com entrada e saída atendendo todas as normas de ergonomia e área funcional.

Os sócios do Grupo Cema e a equipe responsável por desenvolver o projeto buscaram por um mercado que melhor se adapte na arquitetura hospitalar. Todas as portas da instituição são em coreon, em especial as do centro cirúrgico que ganharam sensor de mão para evitar os chamados bate-macas.

Atualmente, Vicente está trabalhando num projeto diferenciado nas salas de hemodiálise, que devem ganhar num futuro breve TVs e poltronas com comando de controle individual.

Além disso, uma brinquedoteca também está sendo desenvolvida num andar inteiro sob o conceito de um mini-parque temático. A previsão é que está área seja inaugurada nos próximos quatro meses.

“Temos como filosofia no Hospital Villa Lobos cada vez mais tirar a parte clínica da instituição e fazer com que o hospital tenha mais quartos para atender suas necessidades. Isso significa tentar colocar externamente ao máximo a parte de exames”, relata o executivo. O plano já está sendo executado e deve ser finalizado em torno de um ano. “Seria igual clínicas de especialidades que vão fazer atendimento. É um investimento do próprio hospital”, conclui.

O investimento total no Hospital Villa Lobos, incluindo infraestrutura, é da ordem de R$ 42 milhões.

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