Mais de 200 mil brasileiros por ano fazem a cirurgia para corrigir a miopia e a grande maioria abandona definitivamente óculos e lentes. Mas nem todos têm o resultado esperado. Muitos pacientes não são aptos para se submeter à operação e só descobrem isso tarde demais. Esse problema pode ser evitado com uma técnica desenvolvida em Brasília pelo médico Canrobert Oliveira diretor do Hospital Oftalmológico de Brasília e representante, no Brasil, do Conselho Internacional da Sociedade Internacional de Cirurgia Refrativa. Com a teoria da Bioelasticidade, desenvolvida por Canrobert, já é possível determinar se uma cirurgia oftalmológica terá resultado satisfatório ou não. Segundo o médico, a recuperação do pós-operatório depende do tipo de composição da córnea. Algumas podem não agüentar a pressão vítrio e gera uma “barriga” – uma espécie de inchaço – que distorce a visão. “Isso explica o porquê que alguns pacientes recém operados com a mesma técnica apresentam resultados diferentes. A córnea é como as pessoas, tem características próprias, algumas são mais resistentes e outras não”, afirma o oftalmologista, que foi convidado a apresentar sua nova teoria no XIII Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a ser realizado em junho deste ano, no Rio de Janeiro.
A técnica vai evitar que o paciente se decepcione com o resultado da cirurgia, que a cada ano se torna mais popular. Nos Estados Unidos, são 800 mil pacientes por ano. Em Brasília são operados cerca de 1 mil pacientes por mês. A cirurgia é indicada para pessoas com idade mínima de 21 anos, que estão com o grau estável há um ano, e dura, em média, apenas cinco minutos. Em geral, é realizada em pacientes que possuem de um a nove graus.
O médico Canrobert Oliveira ficou conhecido internacionalmente pelo método C- Proceduce, uma técnica cirúrgica desenvolvida para o tratamento de astigmatismo altos e irregulares. O médico desenvolveu um marcador cirúrgico que localiza o ponto certo das incisões de acordo com cada grau. O procedimento tem sido utilizado por oftalmologistas do mundo inteiro e é considerado a melhor solução para astigmatismos mais elevados porque pode, inclusive, ser utilizada em conjunto com outras intervenções cirúrgicas.
O Hospital Oftalmológico de Brasília nasceu da união entre os médicos Canrobert Oliveira e o Leonardo Akaishi. O HOB foi pioneiro na cirurgia de catarata em córnea clara e anestesia tópica no Brasil e no uso de diversas técnicas e terapias. As inovações transformaram o HOB em referência mundial na área da oftalmologia, recebendo constantemente médicos do Brasil e de outros países para reciclagem e aperfeiçoamento, além de estudantes residentes.