O ponto é simples. Em outubro último, em Nova York, eu estive em um congresso chamado Wisdom 2.0 Business, junto com um grupo de 17 brasileiros bem especiais, de diversas áreas, onde ouvi o Sr. Mark Bertolini, CEO da Aetna, de forma simples, direta e muito bem embasada, falar da importância de Mindfulness na sua corporação, ou seja, desta prática em seus empregados. Ele também disse que o seu próximo passo é oferecer Mindfulness aos seus clientes.
Para quem não conhece, a Aetna é uma empresa de Saúde (ramo de seguro) fundada em 1853 e que hoje é a terceira maior nos EUA (em número de vidas, possui cerca de 45 milhões em seus diversos serviços). Sua rede possui mais de 1,1 milhões de profissionais de saúde, com 5510 hospitais, 48.000 empregados e 47,2 bilhões de dólares de faturamento no ano passado.
Mark, seu CEO, é reconhecido como um líder visionário, com uma percepção ampla e orientado para resultados. Defende soluções baseadas no mercado, como a expansão do uso da tecnologia de informação na saúde e da sustentabilidade deste sistema. Ele já foi executivo na Cigna, na NYLCare Health Plans e na SelectCare, Inc., onde também foi CEO.
O que será que podemos aprender com um executivo experiente como Mark em uma das maiores empresas de saúde do mundo? A resposta é simples: investir em Mindfulness.
Assim como a Aetna, vi excelentes exemplos norte-americanos do cultivo e investimento nesta prática empresarial, como no Google, Facebook, BlackRock, entre outras tantas empresas americanas.
Mas o que é Mindfulness? De forma simplificada, podemos dizer que é Mindfullness é total atenção e intenção, no momento presente, o que traz a capacidade de real observação da realidade, abrindo espaço para o objetivo e o positivo se manifestarem. Aumento da criatividade, produtividade, liderança positiva, relacionamentos harmoniosos, aceitação de mudanças, bem estar e satisfação com o trabalho são apenas alguns dos seus benefícios na empresa. Para os pacientes, maior equilíbrio, maior adesão ao tratamento, menor percepção de dor, maior bem estar, entre muitas outras vantagens.
O mais interessante é que é tudo baseado na pura ciência, na plasticidade do cérebro. A neurociência tem mostrado o quanto que a prática de Mindfulness afeta fisicamente o nosso cérebro, diminuindo o “fluxo” em determinadas áreas (como na amigdala) e aumentando em outras (como no córtex pre-frontal).
Acompanho há 24 anos os dilemas da área de saúde, como lucro x interesse pelos pacientes ou custos x qualidade de atendimento, e vejo que o Mindfulness pode trazer as respostas e soluções positivas que estamos precisando. A humanização da saúde é tão falada, mas muitas vezes encontra obstáculos nas pessoas e no seu impacto nos resultados financeiros. Mindfulness na gestão das empresas é talvez a melhor resposta para tornar o sistema mais humano, sem perder o seu compromisso com as leis do mercado.
No próximo artigo falo mais sobre Mindfulness e sobre sua aplicação organizacional. Se você se interessou, dá uma olhada na internet. Tem milhares de artigos e papers sobre o assunto. E se você conhece algum neurocirurgião ou neurocientista, pergunta para ele que história é essa de neuroplasticidade, amigdala e córtex pre-frontal. Vale a pena…