A iniciativa vem em sequência aos amplos investimentos realizados no Human Genome Project, época em que o termo “Medicina Personalizada” passou também a ganhar relevância.
O projeto foi um esforço internacional de pesquisa colaborativa com o objetivo de mapear e entender todos os genes do corpo humano. Foram investidos cerca de US$ 4 bilhões e, segundo o governo americano, para cada dólar gasto, o retorno foi de $178 para a economia americana, totalizando cerca de US$ 1 trilhão de receita para os Estados Unidos.
De acordo com o anúncio do presidente, US$215 bilhões serão investidos no programa de “precision medicine” para a construção de uma base de dados que contenha informação genética, registros médicos e outras informações sobre mais de um milhão de americanos. Os pacientes inseridos na base de dados serão voluntários e a intenção é ajudar profissionais de saúde e pesquisadores a entenderem melhor várias doenças.
Segundo Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde, “esta pesquisa vai avançar dramaticamente nosso conhecimento sobre doenças, como elas são originadas e como nós podemos preveni-las ou tratá-las”.
Ao serem comparados com os bancos biológicos, em que pesquisadores têm guardado tecidos e órgãos para estudos, Jo Handelsman, Diretor Associado do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia da Casa Branca, disse que o objetivo do projeto não será o mesmo e que eles têm a intenção de, com esta nova iniciativa, fazer um link entre todas as informações existentes e preencher os gaps existentes.
Dentre todos os investimentos realizados, alguns órgãos também receberão o montante, como é o caso do FDA (Food and Drug Administration), espécie de Anvisa americana, com mais US$10 milhões, e o NIH’s National Cancer Center, que receberá US$ 70 milhões para novas pesquisas na área oncológica.
Outra discussão levantada é quanto à nomenclatura utilizada por Barack Obama. Muitos se referem a este plano como um investimento em medicina personalizada, enquanto outros dizem que é, de fato, uma iniciativa em “precision medicine”, termo que é usado para estudos em populações definidas, em que são buscadas ameaças genéticas que se apresentam em alguns pacientes e, em seguida, desenvolvidos tratamentos que se aplicam a grupos inteiros.
Segundo o NIH, os pesquisadores devem utilizar um aplicativo para acompanhamento de consumo calórico e saúde ambiental e seus impactos nos participantes. Esta base de dados deve contar com o registro médico destes indivíduos e ter desde testes laboratoriais até exames mais complexos, como ressonâncias magnéticas.Os dados serão utilizados anonimamente e a participação será estritamente voluntária. Para os pesquisadores, será possível analisar o curso de uma doença e suas especificidades em um indivíduo ou, ainda, uma tendência genética mais ampla.