As novelas da Globo sempre retrataram a realidade brasileira em suas diversas faces, crueis ou festivas.
Ontem, lá pelas 10 da noite, no que seria a novela das oito, assisti à personagem de supervisora proibir a médica de atender por mais de 20 minutos uma paciente de plano de saúde.
Este é o espelho da nossa realidade. As operadoras fazem de conta que pagam e os hospitais fazem de conta que atendem. O paciente faz de conta que foi atendido e a saúde no país sai perdendo. Aliás, todos saem perdendo nesse jogo de faz de conta.
Consulta – como no caso da novela – não tem que ser feita em hospital e sim, em clínicas ou postos de saúde, sejam eles públicos ou particulares.
As fontes pagadoras, autogestões ou planos privados, devem começar a credenciar clínicas médicas com o fim específico da regulação e do encaminhamento, dando aos médicos tempo suficiente para um bom atendimento. Não seria demais exigir a abertura de um prontuário eletrônico via web com a história clínica do paciente, incluindo os exames complementares de diagnóstico.
Com isso, a grande maioria dos casos estaria resolvida ali mesmo, devolvendo o paciente para sua casa, diagnosticado e muitas vezes tratado, liberando os hospitais para casos mais complexos, que são sua verdadeira vocação.
Este é o nosso sistema, caro e com cada vez mais personagens insatisfeitos, seja prestador, operadora ou usuário. Coitados!
Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar
www.fermon.com.br