Já não era sem tempo de uma medida enérgica ser tomada, como aconteceu com o bloqueio dos vestibulares de alguns cursos de medicina de qualidade insuficiente anunciado em 4 de dezembro pelo Ministério da Educação (MEC). O processo de abertura indiscriminada de escolas médicas estende-se há quase duas décadas. É necessário colocar um basta em situação tão grave. Cada aluno formado em uma faculdade de medicina de má qualidade atenderá a milhares de pacientes, colocando-os em risco. É inadmissível que não sejam tomadas urgentemente ações efetivas com relação ao problema.
A Associação Médica Brasileira apóia a iniciativa do Ministério da Educação e entende que a sociedade deve fazer o mesmo. Certamente foram encontradas pelo MEC dificuldades enormes para ultrapassar o bloqueio que é interposto pelos interesses da indústria do ensino superior.
Espera-se que outras medidas sucedam a essa. O momento é mais que oportuno para levar à votação no Congresso Nacional o substitutivo aprovado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados ao PL 65/2003, que trata da autorização e da renovação do funcionamento de cursos de medicina.
* José Luiz Gomes do Amaral é presidente da Associação Médica Brasileira
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