A cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, é conhecida pela indústria aeroespacial, segmento que lida com alta tecnologia e faz parte do dia a dia do município desde 1950, quando foi instalado o Centro Técnico. Desde então, houve um grande crescimento – tanto populacional, quanto no processo de industrialização -, mas algumas áreas não acompanharam esta evolução. Uma delas é a saúde municipal que, até 2005, não tinha nenhum processo informatizado.

O agendamento de consultas era manual, as unidades não contavam com computadores e faltava um sistema centralizado para computar os dados dos pacientes. Uma realidade que tendia a piorar com o aumento da população, hoje em torno de 615 mil habitantes, de acordo com dados da prefeitura da cidade. “O nível de informatização era muito pequeno e São José dos Campos sofria para conseguir gerenciar os recursos de saúde”, explica Marcelo Augusto Ferreira, chefe da divisão de informática da secretaria de Saúde.

À frente do projeto de informatização e gerenciamento do agendamento de consultas, Ferreira lembra que o trabalho acontece desde 2005, quando foi desenvolvido um sistema com regras para marcação – como critérios de quarto, vagas para idosos, retorno, primeira consulta, área de abrangência, bairros atendidos por cada Unidade Básica de Saúde (UBS), entre outros. Antes disso, apenas dois hospitais administrados pela prefeitura possuíam parte do atendimento informatizado.

Um dos problemas no processo de informatização da saúde em São José dos Campos era a descentralização das unidades e algumas UBS instaladas em zonas rurais, a cerca de 60 quilômetros do centro da cidade. “Precisávamos garantir o atendimento de forma homogênea”, avisa. Depois de desenvolvido internamente o sistema, Ferreira precisou resolver como seria este acesso. Uma das opções era instalar o software nas máquinas das unidades. No entanto, ele acabou decidindo por um processo que cresce em adesão, a virtualização de desktops.

A solução XenApp, da Citrix, foi escolhida para resolver o problema. As primeiras licenças do produto foram adquiridas em agosto de 2005, sendo este o primeiro contato da secretaria com sistemas de virtualização de desktops. O software desenvolvido pela equipe de 12 pessoas ficou hospedado no data center da secretaria de saúde e, cada UBS, o acessa via web. “Dentro do meu próprio servidor, faço com que as unidades usem o sistema.”

Trata-se de um grande projeto que, em três anos, com licenças, adequação de infraestrutura e compra de link, consumiu pelo menos R$ 5 milhões. “Tínhamos uma situação que era falta de informatização. Tinha gente que nunca havia usado PC”, relembra. “Partimos para treinamento básico de noções de informática”, detalha.

De acordo com Ferreira, depois de desvendado o mundo do computador para esses funcionários, a parte mais fácil foi mostrar como se acessava o sistema por meio da virtualização.

Embora o projeto ainda não esteja 100% concluído, como Ferreira faz questão de ressaltar, os resultados com a informatização já são colhidos. Em setembro de 2009, 52.178 mil consultas foram disponibilizadas para os munícipes, apenas na parte de atenção básica, onde estão clínico geral, gineco-obstetra e pediatra. As demais especialidades responderam por mais de 33 mil consultas.

Esse número elevado de atendimentos só é possível por conta de uma melhor gestão da base. Eles uniram regulação e controle das agendas da rede para que o tempo de marcação não ultrapassasse os 30 dias, isso desde meados deste ano. “Foram quase três anos de trabalho. O sistema é grande e as unidades espalhadas. Precisávamos levar para todas as unidades e garantir homogeneidade.”

Antes do sistema, a agenda era aberta e as datas das consultas ficavam muito espaçadas, elevando a probabilidade de ausências. Com a readequação das regras, Ferreira garante ter sanado o problema. Hoje são 65 pontos de acesso. Além da rede própria, a TI providenciou integração com os sistemas das redes conveniadas. “Iniciamos este trabalho com um prestador e tivemos sucesso.”

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