O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que os grandes hospitais filantrópicos “são os melhores hospitais brasileiros, de excelência”, omitindo o fato de que eles são muito bons como prestadores dos serviços médicos e hospitalares, o que é completamente diferente da realização de pesquisas e cursos de treinamento.
Praticamente é quase impossível os hospitais particulares fazerem pesquisas cientificas, pois os pacientes ali internados estão de passagem e dificilmente voltam para controles periódicos. Seus exames são pagos pelo plano de saúde ou do próprio bolso, atrapalhando os resultados da pesquisa quando não realizados com a periodicidade adequada.
Além disso, qual cliente particular vai aceitar fazer um tratamento com medicamento ou procedimento placebo para fazer comparações tão necessária e freqüente nos trabalhos científicos?
Vejam a pequena quantidade de trabalhos científicos que são publicados pelas Santas Casas com uma imensa multidão de pacientes atendidos diariamente.
O mesmo pode-se dizer dos cursos de atendimento. Qual o paciente internado num hospital de nível de excelência que pagou a internação pelo plano de saude? Idéia infeliz do ministro.
Os hospitais filantrópicos poderiam pagar procedimentos caros como transplantes de órgãos, medicamentos de alto custo e cuidados especiais de doenças genéticas, desonerando o SUS, em troca de impostos abatidos de sua folha de pagamento. Trabalho científico e treinamento são responsabilidades das instituições de ensino.
Por Dr. Jose Knoplich editor da www.ram.uol.com.br e www.intramed.uol.com.br
* As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nesta publicação.