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Start-up brasileira oferece ferramenta para familiares cuidadores de idosos

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A sobrecarga em cima do familiar cuidador é um ponto conhecido da história do envelhecimento. Isso ocorre por conta da dificuldade de conciliar a administração da própria vida, em nossos tempos cada vez mais atribulada, com os cuidados a ofertar a um idoso (e, não raro, também aos filhos, o que já fez surgir a expressão “geração sanduíche”, determinando a coorte que dá suporte à geração acima e abaixo da sua, ao mesmo tempo).

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Envelhecimento e doença tem alguma coisa a ver?

No mercado estrangeiro de empreendedorismo focado em criar soluções para os desafios gerados pelo envelhecimento, já a algum tempo existem boas opções à disposição do público, como o sistema Tyze, que dá suporte ao familiar na gestão dos cuidados.  É com uma proposta semelhante à do Tyze, por sinal, que a Cuide.me, start-up brasileira, está se lançando, ainda sem concorrentes, pelo menos até onde eu saiba.

Criada por Gabriel Yamate, fisioterapeuta formado pela USP em 2013, a Cuide.me oferece uma ferramenta de gerenciamento e alerta para a rotina de cuidados do idoso para famílias que necessitam de melhor organização e não querem correr riscos de esquecer de algo. Funciona assim: o usuário que faz o cadastro insere informações sobre a pessoa que recebe os cuidados administrados, tais como: horários das atividades de vida diária; se portador de alguma enfermidade, o diagnóstico dado pelo profissional de saúde; medicamentos consumidos, etc. Com isso, a plataforma passa a desempenhar um papel de agenda, lembrando as tarefas a desempenhar com disparo de avisos via sms, mas também ajudando na coordenação de atividades, quando há mais de um cuidador envolvido.

Para isso, Gabriel e seu sócio, Davi, chefe de operações do aplicativo IFood, estão testando uma espécie de timelime acessível a todos os cuidadores cadastrados para o respectivo indivíduo cuidado (inclusive o profissional médico), de forma que possam acompanhar coletivamente o que está acontecendo. É algo que, nesses casos, já é feito via Facebook ou Whatsapp, mas sem o benefício da integração das informações e da gestão da rotina que a Cuide.me oferece.

Outras ideias ainda estão em estudo para complementar o serviço, como a oferta de um serviço de health coaching para orientar os usuários com relação à sua saúde, de forma que o uso do serviço seja otimizado (tendo em mente algo parecido com o app Vida); um blog onde as famílias possam compartilhar suas histórias de cuidado; e, ainda, uma forma de o próprio idoso participar do processo.

Hoje, a ideia é oferecer o serviço gratuitamente aos cuidadores. Como hipótese, consideram remunerar o trabalho numa troca com farmacêuticas, dando acesso à base de usuários para que participem de testes de novos medicamentos. Já contam com cinco famílias usuárias, mas a meta é, até o fim do ano, chegar a 50.

Ainda há muitos passos a dar. Por enquanto, os resultados ainda mostram muita dificuldade em atingir as famílias, principalmente pelo atrito criado no processo de se cadastrar. Gabriel acredita que um dos caminhos promissores é o o2o (online to off-line). Ele pretende validar a hipótese durante a capacitação para empreendedores da qual participará, do Founder Institute. A Cuide.me ainda não recebeu aporte de investidores, mas os rapazes já estão em busca desse próximo passo. Quem é do tema envelhecimento e longevidade, com certeza ainda vai ouvir falar desse trabalho.

*A Live Healthcare Media traz o tema “O envelhecimento pede um novo modelo de negócio?” para uma mesa de debate nesta próxima terça-feira, dia 28/04. Para assistir, CLIQUE AQUI.