Levantamento revela o tamanho do setor que movimenta mais de R$ 10 bi/ano

Muito conhecido como home care, o setor de Atenção Domiciliar – que demonstrou ser fundamental para a sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro, durante a pandemia – tem sua importância traduzida em números, através do Censo divulgado esta semana.

Encomendado pelo Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD) e realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o levantamento registra um crescimento bastante expressivo nos últimos anos. Considerando apenas a última edição do Censo, o número de estabelecimentos saltou de 676, em junho de 2018, para 830 em dezembro de 2019, ou seja, 22,8% de aumento.

Realizada entre novembro de 2019 e março deste ano, a edição apresenta números que chamam atenção e comprovam a relevância do setor no país:

•    pela primeira vez, traz o ticket médio e custo médio diários dos serviços prestados que, ao lado do número de pacientes, permitiu estimar a receita anual gerada em 2019: R$ 10,6 bilhões;

•    o número de pacientes atendidos em Atendimento Domiciliar e Internação Domiciliar, também em 2019, foi de 292 mil;

•    quanto à geração de empregos, aponta para o número de colaboradores próprios e terceirizados que totaliza praticamente 106.000 profissionais.

Diante da insuficiente infraestrutura hospitalar no Brasil, onde 74,3% dos municípios possuem menos leitos do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o estudo revela que, caso  o setor de Atenção Domiciliar à Saúde encerrasse suas atividades, seriam necessários 20.763 leitos hospitalares adicionais ao ano para absorver os pacientes atendidos pela modalidade, ou seja, o equivalente ao número total de leitos públicos e privados do estado de Pernambuco.

As autoridades precisam conhecer nosso setor, entender as especificidades e sua importância na gestão da saúde, de leitos, na prevenção e promoção de saúde”, destaca o Dr. Ari Bolonhezi, um dos fundadores e atual diretor do NEAD e coordenador do Censo.

Segundo ele, nos 17 anos de atuação, a entidade procura estreitar o relacionamento com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com as autoridades brasileiras, na busca da regulamentação justa e moderna ou da normatização.