É consenso entre os atores do mercado de saúde que as mudanças só acontecerão com a abertura do diálogo e a transparência nos relacionamentos. “Falta coragem e falta querer a mesma coisa que o outro. Tanto o setor público quanto o privado têm a responsabilidade de reduzir os custos, seja em 1% ou 2%”, diz o diretor da Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), Heráclito de Brito Gomes Júnior.
Uma das formas seria promover a sinergia entre os setores, para não dividir os pacientes. “O setor privado conta com R$ 42 bilhões para tratar cerca de 40 milhões de pacientes, enquanto o setor público conta com R$ 92 bilhões para tratar os outros 140 milhões. Uma solução seria a utilização da capacidade ociosa das instituições privadas pelo sistema público”, sugere Gomes.
Claudio Luiz Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, garante que dinheiro não é a solução para a Saúde. “A Europa gasta menos que os EUA e os indicadores são melhores”, argumenta.
Para Lottenberg, o mercado precisa mudar sua visão para garantir a perenidade e a sustentabilidade. “A tecnologia precisa estar a disposição do homem e não o contrário, como muitos estão fazendo. Hoje, vendemos produtos de saúde, mas o que o paciente quer comprar é longevidade”, conclui.
* Os executivos participaram de um ciclo de debates ontem, promovido pela Amil, para o lançamento do livro “Repensando a Saúde”, de Michael E. Porter e Elizabeth Olmsted Teisberg.