Estudantes brasileiros que cursam o sexto ano de medicina farão o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) ainda em 2013. A prova é feita por médicos com diploma estrangeiro que queiram atuar no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a prova não será obrigatória e será feita de maneira amostral.
O teste servirá para avaliar se o Revalida está dentro das diretrizes curriculares do Brasil. A intenção é que estudantes de escolas de medicina públicas e privadas participem do exame voluntariamente. Eles farão o mesmo exame, no mesmo dia dos estudantes com diploma estrangeiro. A prova será aplicada a brasileiros inicialmente apenas neste ano.
O Revalida foi criado em 2011 e é aplicado uma vez por ano, em duas etapas. A primeira, uma avaliação escrita ? composta por uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e uma prova do tipo discursiva. Na segunda etapa, avaliam-se as habilidades clínicas.
Entram na avaliação conteúdos e competências das cinco áreas de exercício profissional: cirurgia, medicina de família e comunidade, pediatria, ginecologia-obstetrícia e clínica médica. Além disso, o exame estabelece níveis de desempenho esperados para as habilidades específicas de cada área.
Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise da correspondência curricular, seguindo a legislação de revalidação de diplomas prevista no país.
O exame é conhecido pelo alto grau de dificuldade. No ano passado, o índice de aprovação variou entre 6,41% de aprovação entre estudantes bolivianos e 27,27% de aprovação entre os venezuelanos. Os brasileiros com diploma estrangeiro também são obrigados a fazer o exame para trabalhar no país ? o índice de aprovação deles no ano passado, 7,5%, foi inferior ao de 2011 (7,89%).
Desnecessário
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), não há necessidade de reavaliar o Revalida. “O Revalida foi exaustivamente estudado e não é rigoroso. É minimamente necessário para avaliar a condição do exercício da medicina por um aluno que sai da escola”, avaliou o vice-presidente do CFM, Carlos Vital.
Para Vital, não há dúvidas sobre a adequação do exame, e quem não passa, não tem condições de exercer a medicina. Ele não afasta a possibilidade de que este movimento venha para diminuir o rigor da prova. Vital propõe, que, em vez de reavaliar o teste, que sejam estabelecidos três exames ao longo do curso de medicina, para avaliar o progresso do aluno e também a qualidade da faculdade.
O Inep nega que haja intenção de diminuir a rigidez ou a qualidade do exame. Segundo a assessoria de imprensa, não é possível falar ainda em alterações no Revalida, “somente com os resultados em mãos [do desempenho dos estudantes brasileiros] poderemos verificar se o instrumento é adequado às diretrizes curriculares do Brasil”.