A tradicional cadeia de valor para a indústria de equipamentos médicos, historicamente influenciada por fatores como: inovação, pesquisa e desenvolvimento atravessa uma mudança em seu cenário, visto que o setor está lidando com uma enorme pressão no aumento de custos, falta de indicadores de qualidade e demanda por transparência para a entrega de melhores resultados de saúde por custos mais baixos. Os modelos históricos de fee-for-service que premiam volume e encorajam procedimentos desnecessários estão sendo diariamente desafiados por fontes pagadoras dos setores público e privado.

Por esse motivo, o Saúde Business Fórum 2017 optou por criar o painel: “Novos Modelos de negócio em Equipamentos Médicos”.

O moderador do painel foi Antônio José Rodrigues Pereira, CEO do Hospital das Clínicas  da FMUSP e os convidados: José Augusto, Diretor de Provimento de Saúde da Unimed BH, Romeu Cortes, Presidente do Conselho  DASA, Carlos Marinelli, CEO do Grupo Fleury, Armando Lopes, Diretor Healthcare Sector Brasil da Siemens Healthineers, Fabrício Campolina, Presidente do Conselho ABIMED e Francis Fujii, Gerente de Healthcare Economics da Medtronic.

Presenciamos um crescimento na oferta de produtos médicos, impulsionados pelos avanços tecnológicos, isto é a indústria médica se tornou mais competitiva. Todos esses avanços geram custos, e essa perspectiva leva os fabricantes de produtos a desenvolverem estratégias para aproximar e reter esse segmento de clientes.

A sociedade tem demonstrado nos últimos meses e anos, que o mais ela mais  busca é que as empresas de saúde disponibilizem informações fidedignas com garantias de qualidade e acesso, de acordo com Carlos Marinelli, CEO do Grupo Fleury.

O processo de tomada de decisão para a compra de produtos médicos está mudando e as definições de valor está acompanhando essas transformações.

O nosso país ainda caminha a passos vagarosos em direção ao pagamento baseado em valor, ou seja, está longe de ser um setor no qual a remuneração do prestador de serviços encontra-se baseada na melhoria do cuidado ao paciente, persistimos no fee-for-service, ao passo que enquanto a lógica assistencial for centrada no serviço (volume) ao invés do paciente, distante continuaremos das mudanças que o sistema requer, e isso impacta em todos os seus segmentos.

Não podemos deixar de citar toda a evolução tecnológica que vivenciamos, e a necessidade que esta construção siga atrelada a qualidade e sustentabilidade, reitera Romeu Cortes, Presidente do Conselho DASA. Todos esses avanços nos equipamentos médicos permitiram que os pacientes contassem com diagnósticos mais precisos, e isso também acaba elevando os custos, principalmente no que tange a aquisição desses equipamentos.

O momento pede que o trabalho seja realizado de forma conjunta entre todos os membros da cadeia, com a realização de uma oferta customizada que atenda às necessidades de cada cliente. Como colocar isso em prática agregando valor?

Para entregar mais valor, a indústria precisa sair do modelo de negócios centrados em produtos e focar em design de serviços, criando assim novas experiências em saúde. E estes serviços precisam ir além de otimização de processos e concentrar os esforços no entendimento real das necessidades dos pacientes e dos outros stakeholders envolvidos na jornada do paciente.