“O setor farmacêutico vem passando por transformações significativas e quem não estiver preparado pode sofrer fortes impactos”, disse a líder global da prática Farmacêutica da Accenture, Kay Formanek. A consultoria realizou extensa pesquisa com dezesseis importantes companhias do mercado e constatou tendências negativas para o segmento. Segundo Kay, foco no negócio é palavra de ordem para a boa performance no longo prazo.

Durante anos, a indústria produziu produtos em excesso, obtendo êxito, tais como o Viagra, Lipitor, Nexium Plavix, e Prozac. Com isso, foram gerados lucros altíssimos por um longo período. No entanto, segundo estudo da Accenture, muitas patentes estão com os dias contados. Em 2009, o setor perdeu US$ 12 bilhões com expiração de patentes. E a estimativa de perdas entre 2010 e 2014 é de cerca de U$$ 75 bilhões.

“O modelo de negócio estilo “blockbusters” não é mais funcional. É preciso traçar as áreas-alvo e saber abrir mão de atividades que não estão alinhadas com a estratégia da empresa”, explicou Kay.

Outra previsão pouco promissora refere-se à projeção de valor futuro das empresas. Com um histórico positivo desde 2002, esse índice ficou negativo em 2008 (-3%) e 2009 (-32%), respectivamente US$ -37 bilhões e US$ -376 bilhões.

A participação de mercado das grandes organizações do segmento também apresenta perspectiva de retrocesso. Em 2009, as 25 maiores farmacêuticas tinham um market share de 79%. Para 2014 é esperado que elas tenham 74% de presença, queda impulsionada pelo crescimento das pequenas e médias empresas.

Tais constatações refletem, de acordo com o estudo, também a falta de confiança dos investidores no desempenho futuro das companhias.

Estratégias para alta performance

Diante do cenário pouco animador para 2011, a Accenture identificou quatro aspectos fundamentais para enfrentar essa fase de transformação. São eles: Foco, atenção à diferenciação e limitação do negócio em áreas-alvo; Despojar, disciplina para abrir mão de atividades que não estão alinhadas com a estratégia da empresa; Investir, decisão de adquirir os ativos certos, além de buscar parcerias e alianças que fortificarão a presença de mercado e Transformação, a habilidade de trabalhar o modelo de negócios atual e construir uma nova organização, com capacidades que priorizem a entrega e a estratégia.

“Quem não se ajustar à tendência sofrerá fortes perdas de investimentos, relevância, comprometendo, assim, seu valor futuro. Os clientes atualmente estão muito mais antenados e rígidos”, afirmou Kay.

A dica, segundo a executiva, para as empresas que possuem uma extensa gama de produtos é gerir cada área de forma única. Ou seja, com foco bem desenhado. “O produto deve estar no centro, os serviços ao redor e englobando os dois deve vir os “insights” – as ideias inovadoras”, enfatizou Kay.

Ferramentas tecnológicas foi outro ponto de destaque da pesquisa. Ainda de acordo com a executiva, integração das unidades por meio de soluções avançadas e mapeamento das redes sociais são estratégias importantes para alcançar bons resultados de mercado.

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