O governo ampliou o uso de remédios antiaids, utilizado como uma espécie de “pílula do dia seguinte” para evitar a doença. As recomendações a profissionais de saúde serão lançadas nesta segunda-feira (04). O medicamento será ofertado como prevenção de emergência para pessoas que mantiverem relação sexual sem camisinha com portadores do vírus, profissionais do sexo, usuários de drogas e gays.
Atualmente, antirretrovirais já são usados como prevenção de emergência em hospitais para reduzir o risco de infecção, mas apenas para vítimas de violência sexual ou em caso de acidentes, principalmente entre profissionais de saúde.
Chamado de Consenso Terapêutico, o texto também traz um capítulo com recomendações para soropositivos que desejam ter filhos. A ideia é esclarecer casais sobre todas as metodologias existentes para reduzir ao máximo o risco de contaminação do bebê e do parceiro, caso ele não tenha o vírus.
De acordo com o diretor do Instituto de infectologia Emílio Ribas, David Uip, um dos receios provocados pelas recomendações é o de que pessoas, ao saber da possibilidade do uso de antirretrovirais para prevenir a infecção, reduzam ou abandonem o uso dos preservativos.
O assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal, considera reduzido o risco de que pessoas pensem em abandonar preservativos. “Há uma consciência de que remédios contra aids trazem efeitos colaterais. Essa profilaxia, feita depois de uma exposição a uma situação de risco de contágio, também não se limita a um remédio, durante um dia. Trata-se de uma esquema de vários dias”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.  
Além disso, a recomendação da terapia não será automática. Ela somente pode ser feita caso a exposição ao risco tenha ocorrido no máximo a 72 horas e de acordo com a avaliação do médico.
Grupos especiais. Não são todas as relações sexuais desprotegidas, por exemplo, que recebem indicação de uso de remédios antiaids. Somente aquelas mantidas com pessoas que sabidamente são soropositivas ou que integram grupos onde a prevalência da doença é igual ou maior que 5%: usuários de drogas injetáveis, gays ou homens que fazem sexo com homens e profissionais do sexo.
Profissionais também serão orientados a ficarem atentos para pacientes que passarem a procurar com frequência esse tipo de recurso de emergência. Embora expandido, o emprego de antirretrovirais para evitar que pessoas expostas ao vírus desenvolvam a infecção continuará sendo uma ferramenta usada emergencialmente.
*Com informações de O Estado de S. Paulo
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