A implementação do Laboratório de Engenharia Clínica (Labec) no Hospital das Clínicas da FMUSP, responsável por realizar manutenção preventiva, calibração e testes de segurança elétrica nos institutos do complexo HC, gerou uma economia de mais de R$ 1 milhão com a internalização das manutenções programadas de mais de 7.000 equipamentos médicos e a realização de mais de 14.000 procedimentos. Esses resultados foram apresentados por Eric Yano, chefe do Labec, durante o 1º Simpósio de Engenharia Elétrica, promovido pela Escola HCX no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
Anteriormente, esses serviços eram prestados por empresas terceirizadas a um custo superior a R$ 1,5 milhão, eliminado com a integração desses serviços a partir de 2021.
Benefícios além da economia
Os benefícios da implementação do Labec não se limitaram às finanças, mas também se estenderam às operações das áreas de Engenharia Clínica de todos os institutos do complexo hospitalar. Yano destacou a ampliação das equipes de engenharia clínica e a facilitação da execução dos serviços programados, devido à gestão conjunta do laboratório com os gestores de cada instituto, que definem a programação mensalmente. Entre os principais equipamentos médicos atendidos pelo Labec estão aparelhos de anestesia e vaporizadores, monitores multiparamétricos, bisturis elétricos, ventiladores pulmonares, cardioversores, termômetros e termohigrômetros digitais, balanças antropométricas, entre outros.
Mais velocidade e mais inovação
O Labec também proporcionou uma significativa redução no tempo de envio dos certificados e checklists. Antes, fornecedores externos levavam de 7 a 15 dias para fornecer a documentação, enquanto o Labec estabeleceu a meta de envio em até dois dias úteis. Além disso, o laboratório deu autonomia aos técnicos para acompanhar os institutos do complexo HC, permitindo a execução de outras atividades de rotina e o cumprimento dos cronogramas, cuja meta de 90% tem sido frequentemente superada, alcançando 100%.
Além disso, os erros nos certificados emitidos foram reduzidos a quase zero, pois as atividades seguem estritamente os procedimentos estabelecidos pelo serviço de Engenharia Clínica do HCFMUSP e todos os documentos são emitidos através do sistema de gestão da manutenção do hospital.
Inovação e padrão de qualidade garantidos
Segundo Eric Yano, a mudança estratégica visa não apenas a redução de custos a longo prazo, mas também garantir que as manutenções programadas sejam realizadas com padrão de qualidade, atendendo às necessidades específicas da instituição e de seus pacientes. “O laboratório é um projeto inovador porque poucas instituições dispõem de recursos para internalizar os serviços, ou seja, investir na aquisição de uma área física para executar o serviço e realizar os testes nos equipamentos. No caso do HC, gerou um ganho financeiro bastante saudável”, afirma.
Com o impulso do setor após a pandemia da Covid-19, há uma equivalência nas gestões de engenharia clínica tanto em hospitais públicos quanto na rede privada, aponta Eric Yano. “Em termos de tecnologia, estamos alinhados com os equipamentos mais inovadores e modernos utilizados por instituições de ponta como o Einstein e Sírio Libanês”, resume.
Atualmente, o Labec atende o Instituto Central (ICHC), o Prédio dos Ambulatórios (PAMB), o Instituto da Criança e do Adolescente (ICr), o Instituto de Radiologia (InRad), o Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) e o Instituto de Psiquiatria (IPq).