Com 11 mortes de recém-nascidos em menos de dois meses devido a um surto de bactérias, o Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), em Brasília, apontou falhas que podem ter causado a série de óbitos na maternidade.
Segundo relatório do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar do estabelecimento, obtido pelo jornal “Correio Braziliense”, foram constatadas, entre outras irregularidades, a manipulação inadequada de soluções, a falta de material para esterilização e a prescrição excessiva de antibióticos.
No documento entregue neste sábado ao diretor do hospital, Alberto Barbosa, além do número insuficiente de médicos, foi identificado que o uso de instrumentos invasivos, como cateter, é feito de maneira improvisada em diversos casos.
Proibição de internações
Depois das mortes, a instituição determinou medidas especiais de proteção a 30 recém-nascidos suspeitos de contágio e proibiu novas internações até que a situação seja controlada.
Os seis bebês sob maior risco foram isolados e passam por terapia intensiva. A Secretaria de Saúde aumentou o número de servidores na unidade em todos os turnos.
As bactérias relacionadas às mortes dos bebês são klebsiella, serratia e estafilococo. O diretor negou a existência de casos de contaminação pela superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase).
Segundo a secretaria de Saúde, qualquer número acima de três mortes por mês é considerado fora do normal. O HRAS tem 30 dos 81 leitos disponíveis em todo o Distrito Federal para atendimento emergencial de bebês. A crise na unidade gera saturação nos demais hospitais e apreensão. O Ministério Público começa a investigar nesta terça-feira (16) as causas do surto de bactérias resistentes no hospital, para detectar se houve negligência.
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