“A Medicina Baseada em Evidências (MBE) proporciona um novo jeito de pensar as práticas médicas, adicionando indícios mais assertivos ao diagnóstico”, diz Regina El Dib,  professora assistente doutora do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pesquisadora do Instituto de Urologia da McMaster University (Canadá). Segundo ela, com a MBE, a conduta médica deve ser pautada pelo tripé: avaliação das circunstâncias e desejos do paciente, experiência do clínico, e as chamadas evidências, que nada mais são do que pesquisas de excelência a respeito de determinados tratamentos, prevenção, prognóstico e diagnóstico de doenças e quadros clínicos.

Trata-se, assim, de um movimento médico que se baseia na aplicação de método científico a toda a prática médica, especialmente àquelas tradicionalmente estabelecidas que ainda não foram submetidas ao exame minucioso científico. Evidências significam, aqui, provas científicas.

Até 1990, a medicina se pautava em metodologias padronizadas e as técnicas de intervenção eram baseadas em tentativa e erro. Se o paciente reagisse bem e sobrevivesse, independentemente de possíveis sequelas, a técnica era considerada um sucesso e seria utilizada em outros casos. A situação começou a mudar quando Archie Cochrane, epidemiologista britânico, publicou em 1979 um alerta sobre a necessidade de realizar uma avaliação crítica e organizar os estudos por especialidade na área da medicina, criando uma metodologia para responder questões clínicas.

Depois de quase 20 anos do apelo de Cochrane, surge, em 1992, a Medicina Baseada em Evidências. Segundo Regina, as evidências são pautadas por efetividade, eficácia, eficiência e segurança, que representam, respectivamente: tratamento que funciona em condições de mundo real; tratamento que funciona em condições de mundo ideal; custo baixo e acessível; e intervenção com características confiáveis que diminuem a ocorrência de efeitos adversos.

Mas, de acordo com Regina, o método para a realização dessas pesquisas deve seguir algumas normas, construídas a partir de uma revisão sistemática, ou seja, um estudo que possibilita mapear tudo que já foi publicado sobre o assunto e, quando possível, uma metanálise, que otimiza os achados de uma revisão sistemática por meio de dados estatísticos que comprovem a veracidade dos resultados. “O médico deve, além de saber identificar quais pesquisas são realmente confiáveis, verificar sua credibilidade. Para isso, é preciso que toda a estratégia de busca esteja clara, descrevendo os passos da revisão sistemática, bem como toda a literatura que serviu de base para a construção dos dados estatísticos”, afirma.

O paciente está entre os mais beneficiados pela Medicina Baseada em Evidências, pois a técnica permite mais segurança em relação a sua saúde. Um médico cercado de informações, constantemente atualizado e de olho nas descobertas da área tem técnicas atualizadas e aprimoradas e menos baseadas no “achômetro”. “A MBE é uma forma de aliar a conduta médica à pesquisa, validando novas descobertas e aprimorando o atendimento clínico com muito mais precisão e rapidez”, completa.

Esta matéria é a primeira de um especial de cinco capítulos que mostrará como a MBE e a gestão hospitalar informatizada trabalham para uma melhor segurança do paciente. Acompanhe!

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