As receitas são ordem de R$ 142,5 bilhões, enquanto as despesas alcançam R$ 119 bilhões. Os números são do setor de saúde e divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A margem estreita entre receitas e despesas tem sido um dos desafios dos players de saúde do país. Diante deste cenário, o presidente da Wiabiliza, Jorge Ruivo, aponta que indicadores, métricas e avaliação por performance surgem como ferramentas estratégicas para a garantia da sustentabilidade do setor da saúde.
Uma gestão baseada em evidências, em boas práticas, métricas, avaliações de desempenho e padronização de procedimentos já vem sido sugerida em eventos, fóruns e debates sobre sustentabilidade da saúde por todo o país.
A avaliação por performance, explica Ruivo, é uma combinação de indicadores que vão estabelecer metas, para em seguida, definirem as métricas a serem utilizadas para mensurar se aquela meta foi ou não alcançada. “Não há risco de medir performance quando a construção dos indicadores e do processo de avaliação é claro e objetivo”. Como ferramentas que podem contribuir com a eficiência na gestão hospitalar, o presidente da Wiabiliza afirma que as métricas estimulam os profissionais de várias áreas e hierarquias a racionalizarem recursos, de forma que cada operação e processo deverá ser sempre revisto quanto a sua racionalização, otimização de recursos, necessidades reais de existirem, impactos que pesam na responsabilidade de cada cargo e de cada departamento da empresa. Todas as áreas do hospital poderão ter um Indicador de Performance para medir sua eficácia, o melhor procedimento, a melhor forma de desenvolver um trabalho, um processo e uma atividade, explica.
“Se compararmos dois médicos em um mesmo procedimento cirúrgico, certamente o consumo de material e o tempo de uso de um centro cirúrgico não serão os mesmos, e isso tem a ver com eficiência e eficácia, com habilidades, com competências, com estudo sobre a melhor forma de se executar qualquer coisa. Realizado estudo sobre o melhor processo a ser adotado, e este ser respeitado e aplicado pelos médicos, certamente serão obtidos melhores resultados. Neste caso poderemos medir consumo de materiais, consumo de tempo, utilização de recursos e instrumentos na medida adequada, e assim por diante”.
O uso de métricas e avaliadores de desempenho resultaria também na satisfação do paciente, uma vez que os tratamentos seriam mais efetivos em razão das técnicas aplicadas que buscariam os melhores processos que, consequentemente, preveem os melhores resultados. Enquanto que nos Estados Unidos há a cultura de avaliar os procedimentos médicos e os profissionais da medicina, aqui no Brasil o tema ainda encontra resistência. “Os hospitais não avaliam por desempenho e não usam métricas, o que seria uma das causas da estreita margem entre receita e despesa”.
O retorno para os hospitais que fazem uso da avaliação por performance e das métricas é a melhor conduta profissional, afirma. “Os custos para os hospitais são altos, e quando se mede performance, certamente os custos diminuem, essa é uma tendência. As métricas impactam nos custos porque sua função é apontar sempre o melhor procedimento”.