Recentemente, a imprensa brasileira divulgou de forma ampla a ocorrência de um caso atípico em um hospital da Argentina, onde uma equipe médica concluiu uma cirurgia, auxiliada pela luz dos aparelhos celulares. Não fosse o ineditismo do acontecimento pela improvisação diante da ausência de energia e da necessidade de salvar uma vida, casos como este, hoje, são inadmissíveis, considerando os avanços tecnológicos obtidos, principalmente, na área de sistemas de emergência.
Operações críticas, como a de hospitais, têm de primar pela qualidade e pela segurança, eliminando qualquer ponto que possa estar vulnerável e resulte em conseqüências desastrosas, culminando com a morte de alguém. Num momento onde se discute intensamente os sérios problemas gerados pelos “apagões” e o aumento da intensidade dessa ocorrência no futuro pela falta de investimentos em novos projetos para o abastecimento de energia, as empresas têm desenvolvido soluções tecnológicas para assegurar a continuidade do fornecimento de energia em operações que não podem, em hipótese alguma, sofrer interrupções.
Hoje, o mercado já dispõe de soluções de emergência projetadas para essa finalidade. Assim, para empreendimentos com cargas consideradas críticas, como hospitais, centros de dados (data centers), aeroportos, entre outros, recomenda-se a instalação de sistemas de energia de emergência, compostos basicamente por um grupo gerador, um sistema de no-break (UPS) e o de transferência. Estes três sistemas devem funcionar de forma integrada e em harmonia, pois, com certeza, a ocorrência de falhas em qualquer um deles levará à instalação do chamado “apagão elétrico”.
Vale lembrar que – segundo estatísticas – 70% das falhas em instalações de emergência ocorrem no sistema de transferência. Isso demanda maior atenção no momento da escolha e especificação desses sistemas, que devem ser de procedência confiável e, mais do que isso, atender normas internacionalmente reconhecidas para instalações envolvendo cargas críticas. De nada adianta ter um sistema de emergência com um gerador de boa procedência e um ótimo no-break, se o sistema de transferência e o gerenciamento entre eles não for confiável.
O mercado brasileiro possui muitos fabricantes de chaves ou quadros de transferência, porém a maioria não obedece a nenhuma norma internacional para o projeto desses sistemas. Hoje, ainda não existe uma norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que prescreva qualquer procedimento sobre sistemas de transferência. Poucos fabricantes no Brasil obedecem às normas UL 1008 e IEC-60947-6-1 para o projeto e execução dos seus sistemas de transferência, detalhe importante a ser lembrado no momento da aquisição, já que a chave de transferência monitora e controla durante todo o tempo a disponibilidade de energia elétrica para os equipamentos críticos na instalação.  
*Elias Bueno Filho é Gerente de Vendas de produtos Asco Power da Emerson Network Power.
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