A implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é uma das primeiras etapas de transformação do hospital convencional em digital. Por essa razão, demanda atenção especial, já que ela pode ser determinante para o desenvolvimento de todo o resto do projeto. “Os indícios de que há alguma coisa errada na incorporação do PEP aparecem logo no início e estão relacionados, principalmente, à má escolha do sistema e falta de preparo da equipe” afirma Marcelo Lúcio da Silva, diretor executivo da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis). Entenda os três principais erros e evite-os:

  1. Implantação de um sistema não certificado

Existe uma gama muito grande de PEPs e, segundo Silva, a maioria não atende aos padrões de qualidade, não possuindo a Certificação Sbis/CFM. Dentre as principais exigências para obter essa certificação estão:

  • Registro Eletrônico em Saúde (RES): um repositório de informação a respeito da saúde de indivíduos, numa forma processável eletronicamente.  
  • Arquitetura: conjunto de artefatos de projeto ou representações que são relevantes para descrever um objeto de modo que ele possa ser produzido com base em requisitos (qualidade), como também mantido durante o período de sua vida útil (alteração).
  • Informação processável em computador: informação que pode ser programaticamente criada, armazenada, manipulada e recuperada de um computador eletrônico.  
  • Interoperabilidade: habilidade de dois ou mais sistemas trocarem informações entre si.
  1. Não fazer seleção adequada

Mesmo que o Prontuário Eletrônico do Paciente seja certificado, é preciso avaliar, dentre as diversas opções e modelo, aquele que se adequa melhor à sua estrutura, porte e áreas que pretende-se cobrir. “Não é interessante adotar um sistema que não comporta perfeitamente as funções necessárias. É ideal que o sistema se molde a equipe, não o contrário. Por essa razão, quanto menos customizações forem realizadas, melhor”, expõe Silva.

  1. Mau envolvimento da equipe no projeto

É preciso engajar e treinar a equipe para evitar que o vício da utilização do papel inviabilize a implantação plena do Prontuário Eletrônico do Paciente. “Os corpos clínico e administrativo podem se mostrar um pouco resistente a utilização do PEP, mas, ao entender as vantagens e benefícios participando ativamente do processo de incorporação desse sistema, a adaptação flui muito melhor”, finaliza Silva.