O Ministério da Saúde vai investir R$ 115 milhões na prevenção e no controle do câncer de colo do útero no país. A iniciativa faz parte do Plano de Ação para Redução de Incidência e Mortalidade da doença, anunciado hoje (26), no Rio de Janeiro, pelo ministro da pasta, José Gomes Temporão. Segundo ele, o foco das ações será a Região Norte, onde esse tipo de tumor é o mais frequente e representa a primeira causa de morte por câncer da população feminina.
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Um estudo divulgado hoje Instituto Nacional do Câncer (Inca) revela que nos últimos 20 anos houve avanço no diagnóstico precoce da doença, mas aponta disparidades regionais.
Enquanto na cidade de Manaus a taxa de novos casos para cada 100 mil habitantes é de 50,59, em Porto Alegre, por exemplo, ela cai para menos da metade: 20,05. O índice é ainda menor em cidades do Sudeste, como São Paulo, onde 16,47 casos de câncer de colo de útero são diagnosticados em cada grupo de 100 mil habitantes. O período analisado na publicação é de 2000 a 2005.
“A Região Norte, seguida da Nordeste, aparece como o local onde precisamos aperfeiçoar a qualidade dos laboratórios que fazem exames e garantir o acesso das mulheres ao tratamento adequado que garante, quando há diagnóstico precoce, cura completa”, afirmou o ministro, ao participar do lançamento da publicação Câncer no Brasil – Dados dos Registros de Câncer de Base Populacional.
Temporão explicou que o financiamento será feito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Dados do Inca revelam que para o conjunto do país o câncer de colo do útero é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do de mama. A cada ano, há o registro de 18.430 novos casos e 4,8 mil brasileiras morrem pela doença, que é a quarta causa de óbitos de mulheres por câncer no Brasil.
Esse tipo de câncer pode ser prevenido porque apresenta lesões precursoras possíveis de serem detectadas por meio da coleta de material do colo do útero, no exame papanicolau.
Segundo o coordenador de Ações Estratégicas do Inca, Cláudio Noronha, essas lesões iniciais são tão superficiais que não chegam a invadir a membrana do colo do útero. “Por isso, se for tratada adequadamente, a lesão é eliminada, impedindo a progressão da doença e evitando o surgimento do câncer”, acrescentou.
O Ministério da Saúde recomenda que todas as mulheres com idades entre 25 e 59 anos façam o papanicolau a cada três anos. A maior incidência desse tipo de câncer, no entanto, ocorre na faixa entre 45 e 49 anos de idade.
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