Recentemente, eu fui convidado para fazer uma palestra em um hospital no Rio Grande do Sul em um evento dirigido para gestores, gerentes e supervisores de um hospital.
As pessoas estavam ansiosas por adquirir novos conhecimentos e principalmente discutir um assunto tão importante na gestão hospitalar: LIDERANÇA.
Pouco antes do início da palestra busquei informações com o diretor da área administrativa do hospital querendo saber mais sobre o momento atual que aquela instituição estava passando. Procurei me informar melhor para que durante a palestra pudesse tocar em pontos mais estratégicos para que o evento fosse mais produtivo.
Ele foi direto e disse: ‘’Olha eu enfrento todos os dias problemas diversos neste hospital desde negociações com planos de saúde, pesquisa de novos fornecedores, formação de um staff competente e até fortalecer nossa parceria com os médicos. Mas o que me deixa mais preocupado é ver em nossas equipes pessoas sem iniciativa para tomar uma decisão. Elas precisam ter uma atitude mais pró-ativa com relação ao atendimento dado aos pacientes, tomar à frente em decisões que são diretamente interligadas à elas, e logicamente, necessitam procurar se qualificar melhor. E finalizou dizendo: ´´Estamos passando por uma crise! A falta de liderança é uma lacuna muito grande dentro do nosso hospital. “Precisamos que as pessoas tenham iniciativa e abracem nossa causa”.
Ouvi atentamente o que ele disse, mas não fiquei preocupado. Pois estou acostumado a ouvir esse tipo de queixa quase que diariamente. No entanto por trás daquelas palavras existia muito mais que preocupação, senti um problema maior. Aquele hospital tinha um´´turn-over´´ de 2% ao mês, ou seja 24% ao ano. Pode parecer pouco, mas isso é muito para uma empresa.
Provavelmente você deve estar se perguntando: no meu hospital estamos passando por isso, meus funcionários não trabalham motivados, nossos clientes estão sumindo, nosso faturamento está diminuindo.
Existem algumas ferramentas que podem ser utilizadas para que possamos identificar o problema da empresa de modo mais preciso. Inicialmente para termos um norte, podemos observar quais os motivos levam as pessoas a saírem ou serem demitidas. Qual o nível de satisfação ou insatisfação dos colaboradores, ou seja, as pessoas quando vão para o trabalho sabem realmente qual é a sua missão? Existe motivação ao desempenhar suas funções? Quais eram suas expectativas em relação ao trabalho e quais oportunidades de crescimento existem naquele local? Os chefes são centralizadores? Os chefes são ditadores? Os chefes escutam suas equipes?
Através de uma análise podemos levantar várias possiblidades de mudança para a empresa, probabilidades possíveis que podem levar a desmotivação dentro daquela equipe de trabalho.
Destaco neste artigo 5 pontos que considero fundamentais na formação de um LÍDER:
- Respeito – (é o mínimo que o líder tem que passar a todos).
- Participação – (você faz parte do time, sem exclusão).
- Delegação do poder – (passe a bola, dê a chance para o outro).
- Envolvimento – (compartilhe todas as informações, isso move as pessoas).
- Trabalho em equipe – (se fazer pertencer, eu faço parte).
Grandes transformações estão acontecendo na área da saúde com fusões, aquisições e joint venture, estão transformando o mundo corporativo na saúde.
Por isso, o líder precisa ficar atento com as novas tendências e habilidades necessárias no ambiente de trabalho para exercer sua função como líder. Sabemos que mais importante que seguir alguns métodos ou ferramentas, é colocá-las em prática.
O “Líder” não é mais aquele que tem o conhecimento e sim que sabe compartilhar.
Sem dúvida a saúde necessita de grandes líderes capazes de transformar as relações interpessoais e que tragam soluções ainda não experimentadas. Inovação é o caminho.