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"Tecnologia não é fim, é meio", destaca médico especialista em inovação na saúde

Article-"Tecnologia não é fim, é meio", destaca médico especialista em inovação na saúde

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Leonardo Aguiar, cirurgião plástico que trabalha há mais de 10 anos com base em conceitos de transformação de processos, destaca o novo conceito de medicina que ficou mais evidente com a pandemia

A ideia de que estar doente requer sentir uma dor ou mal-estar ficou no passado. O conceito de saúde hoje ganhou um aspecto maior e não é apenas a ausência de dor. É o completo bem-estar: físico, emocional, psicológico, ecológico, planetário e digital. Este é o conceito difundido pelo cirurgião plástico Leonardo Aguiar, que há uma década se dedica ao estudo e desenvolvimento de práticas inovadoras na área da saúde. Leonardo é um dos professores que integra o quadro de docentes da pós-graduação Epidemias e Inovação em Saúde, oferecida numa parceria entre a Universidade Regional de Blumenau (FURB) e a Fundação Fritz Müller (FFM).

“Quando o profissional da saúde percebe esse aspecto amplo do paciente, ele passa a ter uma postura diferente, busca outras formações para que consiga atender as necessidades daqueles que cuida de uma forma mais humana. Agora, depois de enfrentar essa pandemia, o paciente tem buscado um médico que lhe entenda de forma completa, integrada, no seu ciclo de saúde como um todo – porque o próprio paciente já entendeu que as enfermidades geralmente estão interligadas”, comenta o professor.

Trabalhar com inovação na saúde não está ligado somente às tecnologias, destaca o médico. É preciso inovar em processos de atendimentos. “Não adianta ter apenas excelência técnica, é necessário ter excelência no serviço oferecido, ter excelência em gestão”, explica, lembrando que o Conselho Internacional de Ciência, composto por mais de 100 entidades, aborda a forma como o homem está assimilando, entendendo e absorvendo a transformação tecnológica no seu cotidiano. Em complemento, o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2020, cita a era atual como antropocena, ou seja, aquela em que o homem está no centro, e a relação dele com as coisas a sua volta: natureza, sociedade, tecnologia, meios digitais. Essas relações, conforme explica Leonardo, são importantes para definir o Índice de Desenvolvimento Humano, determinado pela própria ONU: “Percebe-se que essas transformações nas abordagens e conceitos são reflexo de uma necessidade ocasionada pelo momento que vivemos. Tecnologia não é fim, é meio. Na saúde, meio para cuidar melhor do paciente, meio de desenvolver uma medicina preventiva, meio de integrar as áreas da saúde”.

Para o especialista, a Covid promoveu um senso de urgência e acelerou essa percepção da integração da medicina em todas as instâncias.  “O coronavírus foi um marco em vários aspectos, a aceleração e adoção de novas tecnologias foi um deles. Foi preciso uma desburocratização de alguns processos por uma necessidade global. A regulamentação é importante para a forma de fazer ciência, mas precisa ser ágil – e a pandemia mostrou a importância dessa agilidade”, enfatiza.

E alerta para que se não confunda conceitos: inovação na saúde não é robotização. “Depois do mundo passar por uma crise de saúde, a gente vê que a tecnologia é uma ferramenta para facilitar as nossas ações humanas, porque a essência de tudo é humana. O profissional da saúde que tem as competências amplas, que não é robotizado, que se preocupa com um aperto de mão, com o olho no olho, que entende seu paciente na sua totalidade não apenas em um aspecto isolado, ele vai ser cada vez necessário”, finaliza.

Sobre a pós-graduação "Epidemias e Inovação em Saúde"

Levando em consideração os novos modelos de ensino, através de plataformas digitais que permitem a integração entre corpo docente e alunos, a Universidade Regional de Blumenau (Furb) em parceria com a Fundação Fritz Müller (FFM) estão com inscrições abertas para a especialização em Epidemias e Inovação em Saúde. A pós-graduação Lato Sensu tem a primeira aula prevista para abril e está disponível para profissionais da área de saúde de todo o país.

Além de abordar o histórico de pesquisas e estudos relacionados a epidemias mundiais, a especialização também destacará estudos de doenças infecciosas e as inovações na área de saúde previstas para até 2022. O corpo docente do projeto é coordenado pelo professor Dr. Alessandro Silveira, farmacêutico, bioquímico e pós-doutor em microbiologia. Confira aqui a programação completa da especialização aqui.