O aborto espontâneo – interrupção da gravidez sem interferência externa antes da 20ª semana – costuma acometer até 20% das mulheres comprovadamente grávidas. Há quem nem chegue a suspeitar de gravidez e muito menos de aborto, sendo que os sinais clínicos podem ser confundidos com a menstruação que ocorre com atraso. Mulheres que já abortaram nessas circunstâncias costumam temer novas ocorrências e a impossibilidade de levarem uma gestação até o fim. Mas não é bem assim.
“Quem já sofreu um aborto espontâneo tem um pouco mais de probabilidade de que o episódio aconteça novamente. E esse risco aumenta com a repetição. O ideal é não esperar pelo terceiro aborto não-provocado para buscar ajuda especializada, principalmente quando a paciente sabe que tem alguma propensão à infertilidade”, diz a doutora Silvana Chedid, diretora da clínica Chedid Grieco Medicina Reprodutiva.
Segundo a médica, alterações cromossômicas costumam ser a causa de metade dos abortos espontâneos. “Outras causas têm de ser investigadas, como malformação uterina, infecções, doenças autoimunes e complicações do diabetes. Mesmo quando não conhecemos as causas, cerca de 75% das mulheres poderão ficar grávidas no futuro, desde que submetidas a tratamento e acompanhamento médico”.
A adoção de hábitos saudáveis – alimentação rica em frutas e legumes, controle dos níveis de estresse e prática regular de exercícios – é um bom aliado no fortalecimento do organismo.