Constantes atrasos nos repasses de recursos federais a hospitais públicos que prestam atendimento de alta complexidade têm mobilizado os dirigentes do setor em todo o Brasil. É o caso do superintendente do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP) – Centrinho, de Bauru (SP) -, José Alberto de Souza Freitas, que tem ido com freqüência a Brasília em busca de soluções para o problema.
As ações do superintendente foram iniciadas ainda em 2003 por meio de contatos com diversos representantes da saúde na esfera do governo federal, além de sucessivas audiências com deputados e senadores. Juntos, os atrasos desde outubro no repasse dos recursos do convênio entre o SUS (Sistema Único de Saúde) e o Centrinho – e entre o SUS e a Funcraf (Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Craniofaciais), principal parceira do hospital – totalizam mais de R$ 4 milhões.
Para contornar o quadro desfavorável, as instituições de alta complexidade têm feito uso de sua reserva de caixa nos últimos meses, o que não é suficiente para reverter a situação. Como efeito em cadeia, o atraso nos repasses também gera atraso de pagamento aos funcionários contratados pela Funcraf – quase metade do total do quadro do hospital, que é de cerca de 900 pessoas. No caso dos servidores contratados pela USP, não há atraso de pagamento.